Estudos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que o país pode ter em 2025 uma demanda por derivados de petróleo que exigirá a importação de 400 mil barris equivalentes por dia, que poderia ser amenizado caso o etanol volte a ser competitivo e aumente a produção, disse nesta segunda-feira a diretora-geral, Magda Chambriard.
“No começo da década 80, esse problema estava resolvido e hoje não está mais. O etanol hidratado vem ocupando o espaço da gasolina e tem uma importância estratégica para o Brasil muito grande. Se não aparecer mais etanol, vamos importar 400 mil barris de gasolina (e derivados)”, afirmou Magda Chambriard, durante encontro Ethanol Summit, com líderes do setor de cana-de-açúcar, em São Paulo.
A diretora da ANP estimou que a produção de etanol representou nos últimos 15 anos 80 bilhões de dólares para país, entre exportação e substituição de importações de gasolina.
“Qual o país do mundo abre mão de uma coisa dessas”, questionou Chambriard, que disse que a autarquia vem discutido o futuro do etanol no Brasil com todos os agentes do setor.
“O país tem déficit de gasolina e vocação para o etanol. O espaço, se o etanol puder avançar na direção da substituição da gasolina, é vantagem para a balança comercial brasileira e ainda para o ambiente.”
A diretora, no entanto, destacou que a retomada do setor está claramente ligada à evolução tecnológica.
“É preciso que o etanol se aprimore no sentindo de mais efetividade na colheita, adequação das terras, do tipo de planta para a terra correta, maior aproveitamento de biomassa… uma série de ações inclusive de aperfeiçoamento de motores, para que o etanol ganhe a perenidade que ele merece no Brasil”, frisou.
Mais cedo, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a petroleira brasileira quer evitar uma dependência excessiva das importações de gasolina, e a produção de etanol será fundamental para isso.