A colheita de milho safrinha em Sorriso, norte de Mato Grosso, já terminou na propriedade de Aleixo Morgen. A preocupação do agricultor agora é com os preços do grão.
Antes do plantio, Aleixo chegou a vender 10% do que iria produzir por R$ 15 a saca, durante o plantio comercializou por R$ 11, só que de lá para cá os preços caíram ainda mais.
Ao que tudo indica, agora no pós-colheita, os preços não devem subir. “A relação de preços está complicada este ano em virtude da expectativa da safra americana e da supersafra do estado. O produtor deve estar atento aos novos picos do mercado para fazer a comercialização”, explica Ângelo Ozelame, agrônomo do Imea.
Em Sorriso foram colhidos 3 milhões de toneladas de milho, uma área plantada de 430 mil hectares, 10% a mais do que a safrinha passada. A safra de milho deste ano é 22% maior que a do ano passado em Sorriso.
“Estimamos que esse ano nós tivemos uma produtividade ao redor de 115 sacas por hectare, o que nos anos anteriores tínhamos ao redor de 100 sacas, então se fizermos um balanço, a produção foi bem maior”, diz Elson Pozzobon, vice-presidente do Sindicato Rural de Sorriso.
Um dos reflexos da superprodução é visto nos armazéns. Um deles, que também fica em Sorriso, ultrapassou a capacidade de armazenamento. “O ideal é tirar o milho até dezembro porque a gente precisa do armazém limpo para a safra de soja”, conta Adauto Provin, auxiliar administrativo.