As exportações de soja do Brasil deverão atingir um recorde de 49,6 milhões de toneladas em 2016, ante 49,1 milhões de toneladas projetadas para 2015 e 45,7 milhões de toneladas registradas em 2014, de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira pela consultoria GO Associados.
O país exportaria no próximo ano mais da metade de uma safra estimada pela GO em 94,3 milhões de toneladas, cujo plantio deve se intensificar nas próximas semanas. A consultoria vê em 2016 uma queda ante o recorde da colheita de 96,2 milhões de toneladas esperada para este ano.
Apesar da expectativa de aumento do volume exportado de soja, de farelo de soja (para 16,12 milhões de toneladas, ante 15,5 projetadas para 2015), além de uma estabilidade nos embarques de óleo (1,4 milhão de toneladas), a receita com as exportações do chamado complexo soja em 2016 deverão recuar 6 por cento na comparação anual, para 22,14 bilhões de dólares, por preços mais baixos das commodities.
Mas, com o dólar mais valorizado, as exportações de soja, farelo e óleo somadas poderão aumentar na moeda brasileira para 88,4 bilhões de reais em 2016, ante 77,5 bilhões de reais em 2015 e 66,8 bilhões de reais em 2014, segundo a GO, apesar dos preços mais baixos em dólar.
A GO estima preço médio de exportação do grão em 321 dólares por tonelada no ano que vem, ante 349 dólares/tonelada em 2015 e 458 dólares/tonelada em 2014, sob o impacto de movimentos especulativos, “diante do horizonte de elevação dos juros americanos e de desaceleração do consumo” da China, segundo estudo assinado por Fabio Silveira, Amabile Ferrazoli e Denise Moreira.
A consultoria vê também queda nos preços de exportação de farelo em 2016 para 332 dólares por tonelada (ante 357 em 2015), e do óleo de soja, para 620 dólares/tonelada (ante 666 dólares/t).
A receita do complexo soja, com as vendas no mercado interno, foi estimada em 20,5 bilhões de dólares em 2016, ante 21,9 bilhões em 2015 e 27,15 bilhões de dólares em 2014.