Nesta segunda-feira (14), o Governo do Paraná revitalizou o Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais e revelou os primeiros resultados do Programa Paranaense de Mudanças Climáticas, denominado ParanaClima. O evento, sob a coordenação da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), contou com a presença de autoridades estaduais, incluindo o vice-governador Darci Piana, e representantes de setores produtivos e organizações da sociedade civil que se empenham na causa ambiental. O evento ocorreu no Campus da Indústria da Fiep.
O Fórum Paranaense de Mudanças Climáticas Globais visa mobilizar várias partes interessadas no estado para enfrentar os impactos do aquecimento global de forma mais efetiva. Ele complementa iniciativas como a aplicação de tecnologia avançada contra o desmatamento e programas de replantio de árvores e recuperação de rios.
Piana ressaltou que o fórum reflete a preocupação do Paraná com as mudanças climáticas e que as ações estão em conformidade com protocolos internacionais, como as campanhas Race to Zero e Race to Resilience, bem como a Declaração de Edimburgo. “Somos o estado mais sustentável do País, internacionalmente reconhecido por nossas políticas voltadas para nossas águas, florestas, nascentes e sistema de produção. Este é nosso compromisso como paranaenses, para garantir um desenvolvimento equilibrado”, afirmou.
Um dos destaques do evento foi a apresentação dos primeiros estudos que embasarão o Plano de Ação Climática do Paraná 2024-2050. Esses estudos têm a intenção de fornecer dados científicos e técnicos para subsidiar o governo estadual, os governos municipais e a sociedade sobre as mudanças climáticas e as transformações ambientais no estado. Com essas informações atualizadas, será possível identificar as fontes de emissão de gases de efeito estufa e as áreas mais suscetíveis aos impactos climáticos, além de planejar as melhores estratégias de adaptação e mitigação.
O Inventário Paranaense de Emissão de Gases de Efeito Estufa 2005-2019 e o Mapeamento de Áreas Vulneráveis às Mudanças Climáticas, parte do primeiro estudo, são elementos fundamentais nesse processo. O relatório detalha os setores de maior emissão de gases, as cidades mais afetadas e os programas estaduais em andamento para mitigar esse cenário. O documento também aborda as anomalias de temperatura ocorridas nos últimos anos.
Outra apresentação relevante foi a do Plano de Ação Climática do Paraná 2024-2050. Este plano está em processo de consulta pública até 15 de setembro e aceita contribuições da sociedade paranaense (link para consulta pública). O plano contém metas e ações baseadas em grandes áreas de atuação e busca ser um instrumento eficaz com estratégias viáveis para a implementação de melhorias e para a redução e mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Algumas das metas abertas a contribuições incluem a análise de 100% das inscrições no Cadastro Ambiental Rural (CAR), a redução do desmatamento ilegal, a expansão da eletrificação de rodovias, o aumento da participação de biocombustíveis na matriz energética, o apoio à Nova Ferroeste como novo corredor de transporte de grãos e contêineres, o incentivo à geração distribuída por consumidores independentes, a promoção da economia circular, a consolidação do mercado regulado de carbono, a eliminação do descarte de materiais metálicos em aterros e lixões e o estímulo à implementação de novas tecnologias para a compostagem de lodo de esgoto.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge, destacou a importância da colaboração na construção do plano de mitigação. “Todos somos parte da solução. Estamos reunindo as secretarias e a sociedade paranaense para criar um Plano de Ação Climática de forma cooperativa, visando um uso adequado, equilibrado e racional dos recursos naturais”, ressaltou. Esses documentos também serão submetidos ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, que faz parte do Sistema Nacional do Meio Ambiente.
Eduardo Alvim, presidente do Simepar, responsável por apresentar os estudos, explicou que esses produtos são essenciais para o estado. “Desenvolvemos esse trabalho em conjunto com o Instituto Água e Terra e a Sedest, baseado nos eixos de Políticas e Programas de Incentivo, Ações de Mitigação e Adaptação, e Geração de Conhecimento. Agora podemos desenvolver políticas de mitigação, especialmente nas áreas de energia, agricultura, florestas e uso do solo, de maneira mais consistente”, afirmou.
Everton Souza, diretor-presidente do IAT, afirmou que a Sedest, o IAT e o Simepar têm trabalhado juntos em prol do meio ambiente. Ele mencionou também o projeto Pró-Biodiversidade (Pró-Bio), um acordo que envolve investimentos em atividades para apoiar, fortalecer e subsidiar a modernização da gestão estadual do patrimônio natural, com foco na proteção, conservação e restauração da biodiversidade em áreas protegidas e Unidades de Conservação (UCs).
“Durante toda a manhã, várias secretarias e atores importantes da economia do Paraná participaram do fórum, mostrando que podemos trabalhar de forma integrada. Também queremos envolver os municípios para que eles possam apoiar as empresas locais em busca de boas práticas de sustentabilidade”, acrescentou.