A assembleia geral de credores da Imcopa que havia sido remarcada para ontem foi novamente adiada, desta vez para sexta-feira. A empresa é uma das maiores processadoras de soja convencional do país e está em processo de recuperação judicial desde janeiro.
O motivo do adiamento é que a Penido Holdings, um grupo de investimento e participações, apresentou uma proposta para a aquisição da Imcopa. A Penido ofereceu adquirir os créditos com garantia real (classe 2) previstos na recuperação por R$ 300 milhões, e mais R$ 95 milhões para os quirografários (classe 3). O pagamento seria feito em sete anos, sendo três anos de carência. A proposta estaria condicionada a um novo financiamento de R$ 300 milhões e à conclusão satisfatória de uma due diligence (auditoria).
Uma fonte que acompanha o caso disse, porém, ser “improvável” que os bancos credores deliberem sobre a proposta até sexta.
A dívida da Imcopa é de R$ 1 bilhão e os bancos credores (casos de Credit Suisse, ING e HSBC) tentam provar que a Cervejaria Petrópolis se tornou controladora da processadora. Juntos, os três bancos cobram R$ 530 milhões da empresa.
Os bancos alegam a existência da sociedade uma vez que a cervejaria assumiu o controle das duas unidades da Imcopa, em Araucária e Cambé, ambas no Paraná. Em junho, o Valor apurou que o acordo gera créditos fiscais de PIS e Cofins de cerca de R$ 100 milhões ao ano para a Petrópolis – valor não confirmado pela cervejaria. Como exporta a maior parte da produção, a Imcopa não conseguia compensar tais créditos sozinha, e a Petrópolis teria sido atraída pela possibilidade de se apropriar deles.