O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,75% em junho, após ter registrado estabilidade em maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em junho de 2012, a variação foi de 0,66%.
O indicador ficou um pouco acima da média apurada pelo Valor Data, de 0,72%. O intervalo das estimativas foi de 0,60% a 0,85%.
Com o resultado, o IGP-M acumula alta de 1,74% no ano e de 6,31% em 12 meses. Esse índice serve de referência para o reajuste de contratos, como os de aluguel, e é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Atacado – O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – que tem peso de 60% no IGP-M – subiu 0,68% em junho, após ter registrado deflação de 0,30% em maio. Essa alta foi puxada pelos produtos agropecuários, cuja taxa passou de -1,98% para +1,01%. Os produtos industriais também subiram, de 0,34% para 0,56%.
Entre os itens que mais influenciaram o avanço do IPA estão a soja em grão (de 3,11% para 11,38%), farelo de soja (de 1,26% para 18,34%), leite in natura (de 3,00% para 2,95%), batata inglesa (de 9,67% para 11,76%) e feijão (de 5,15% para 2,60%).
Na contramão, as influências negativas ficaram com tomate (de -18,95% para -23,98%), laranja (de -16,06% para -17,01%), cana (de -2,38% para -2,15%), aves (de -10,54% para -4,05%) e café em grão (de 0,82% para -4,24%).
Segundo economistas ouvidos pelo Valor Data, a alta de grãos no mercado externo, aliada à depreciação cambial ocorrida desde maio, trouxe os produtos agropecuários para o terreno positivo pela primeira vez desde dezembro de 2012 e acelerou o IGP-M.
Adriana Molinari, da Tendências Consultoria, calcula que a média dos preços da soja na bolsa de Chicago subiu 4% de 21 de maio até 21 de junho contra a média do período anterior, comparação que corresponde à do IGP-M. Esse movimento, diz ela, foi a principal fonte de pressão sobre o atacado e elevou o IPA.
Varejo – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – com peso de 30% no IGP-M -registrou variação de 0,39% em junho, ante 0,33% em maio. A principal contribuição essa alta partiu do grupo habitação (0,22% para 0,64%), por conta, principalmente, da tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -1,20% para 0,08%.
Outras três classes de despesa registraram inflação mais alta: transportes (-0,12% para 0,30%), educação, leitura e recreação (0,05% para 0,24%) e comunicação (-0,08% para 0,20%). Os itens que mais contribuíram para esses movimentos foram: tarifa de ônibus urbano (-1,21% para 1,98%), passagem aérea (-7,38% para 5,22%) e tarifa de telefone residencial (-1,17% para 0,00%), nesta ordem.
Em contrapartida, os grupos saúde e cuidados pessoais (1,21% para 0,44%), alimentação (0,36% para 0,23%), vestuário (0,93% para 0,72%) e despesas diversas (0,24% para 0,03%) apresentaram taxas menores. Para cada uma dessas classes de despesa, a FGV destacou os itens: medicamentos em geral (2,65% para 0,06%), hortaliças e legumes (-3,03% para -5,15%), roupas (1,23% para 0,91%) e alimentos para animais domésticos (1,42% para 0,24%), respectivamente.
Como a FGV divulgou nesta semana, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em junho, variação de 1,96%, acima do resultado de maio, de 1,24%. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,58%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,56%. O índice que representa o custo da mão de obra variou 3,24%. Na apuração referente ao mês anterior, o índice variou 1,88%.