Facilitar a avaliação dos modelos agropecuários sustentáveis que podem ser adotados nas propriedades rurais do país, permitindo a comparação entre eles e a elaboração de projetos de financiamento voltados para o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Estes são os objetivos do site AGROSUSTENTA, plataforma desenvolvida pelo Instituto CNA, integrante do Sistema CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em parceria com a BASF.
Ao reunir as informações sobre o tema no site http://www.agrosustenta.com.br, CNA e BASF pretendem auxiliar produtores e técnicos a superarem as dificuldades para elaborar projetos e estimular a adesão ao Programa ABC. O AGROSUSTENTA é a primeira ferramenta online para elaboração de projetos para o financiamento rural. O acesso à plataforma é gratuito e livre ao público em geral.
Modelos de projetos desenvolvidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também poderão ser consultados no AGROSUSTENTA, como definido em convênio assinado no último dia 28, em Brasília, pelo secretário-executivo do ICNA, Og Arão, e pelo secretário de Desenvolvimento Agrário e Cooperativismo do ministério, Caio Rocha.
É a partir destas informações e das características das propriedades rurais que quem acessar o site poderá selecionar os modelos sustentáveis mais indicados para sua realidade. Também será possível avaliar a viabilidade econômica dos projetos elaborados dentro dos critérios da linha de crédito do ABC, assim como a taxa de retorno da atividade. O acesso ao site e a consulta são gratuitos.
Uma inovação é a possibilidade de elaboração de projetos a partir de um modelo de formulário disponibilizado pelos bancos que financiam o ABC. Preenchido pelo produtor com o auxílio de um técnico contratado por ele, o documento poderá ser impresso e encaminhado às agências bancárias, procedimento que, na avaliação do Instituto CNA e da BASF, reduzirá a burocracia e o prazo para obtenção do crédito.
Entre julho de 2013 e maio deste ano, foram liberados R$ 2,331 bilhões para a agricultura de baixo carbono, programa que contou com crédito de R$ 4,5 bilhões no último ano-safra.
Lançado em 2010 pelo governo federal, o ABC tem recursos de R$ 4,5 bilhões para a safra que está sendo plantada neste ano. A meta é estimular a adoção de técnicas sustentáveis nas propriedades rurais brasileiras. O prazo para pagamento do financiamento varia de acordo com a atividade implantada, podendo chegar a 15 anos no caso de reflorestamento. A taxa anual de juros é de 4,5% para beneficiários do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e de 5% para os demais produtores. Na safra 2013/2014, foram liberados R$ 2,8 bilhões para a agricultura de baixo carbono, programa que contou com crédito de R$ 4,5 bilhões no último ano-safra.
De acordo com Francisco Verza, vice-presidente de Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil, trata-se de uma oportunidade única de facilitar o acesso à informação por parte dos agricultores: “Decidimos apoiar essa iniciativa já que ela tem sintonia com nossa estratégia de negócios, que é a de oferecer apoio de forma completa aos produtores rurais. E isso passa, impreterivelmente, por ferramentas que os auxiliem a ter uma produção mais rentável, produtiva, que respeite o meio ambiente e as questões sociais, ou seja, uma produção sustentável” finaliza Verza.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Caio Rocha, a plataforma será uma excelente ferramenta para a divulgação das tecnologias sustentáveis do Plano ABC. “Teremos mais um mecanismo de divulgação para técnicos e produtores rurais das técnicas sustentáveis que hoje são fundamentais para o meio ambiente e para um ganho de renda do agricultor. A plataforma vai facilitar a elaboração de projetos, especialmente para aquelas regiões onde o produtor ainda tem dificuldade de obter informações e ainda agilizar a analise a aprovação nos bancos, já que haverá mais subsídio técnico no momento da elaboração, por meio dos modelos de projetos que serão disponibilizados”, explicou.
Para o secretário-executivo do ICNA, os produtores brasileiros têm interesse em, cada vez mais, adotar práticas sustentáveis nas suas propriedades rurais. “O setor agropecuário cumpre uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e preserva 61% do território nacional, mas está disposto a contribuir ainda mais para a redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirmou.