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Instituto prevê que produção de milho em Mato Grosso deve dobrar em 10 anos

O estudo foi feito em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Instituto prevê que produção de milho em Mato Grosso deve dobrar em 10 anos

A produção de milho em Mato Grosso deve crescer 113,2% até 2025. O cereal é o produto agrícola do estado que deve ter o maior crescimento nesse período, segundo divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta terça-feira (01/10). O estudo foi feito em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A expectativa é de que o estado produza cerca de 38 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Na safra 2013/2014, foram produzidas 17,7 milhões de toneladas.

Dos atuais 3,35 milhões de hectares, a área a ser cultivada com o grão deve chegar a 6,22 milhões de hectares em 2025. Isso representa um crescimento de 85,8% na área plantada com milho em 11 anos.

Redução na participação da soja

 A participação da soja entre os produtos agrícolas deve passar de 57% para 52%, enquanto que a participação do milho deve crescer de 18,1% para 38,5% em 2025.

Segundo Otávio Celidonio, superintendente do Imea, hoje os produtores mato-grossenses usam 35% da área onde plantam soja para produzir milho, o que deve aumentar em 2025. “E, além disso, o milho tem aumentado muito a produtividade, que hoje é em torno de 6 toneladas por hectare. Deve crescer bastante e se aproximar cada vez mais dos países temperados, onde se chega a 10 toneladas por hectare”, comenta.

Celidonio destaca que o produtor de milho vem se estruturando para produzir cada vez mais e a expectativa é de que haja uma maior demanda pelo grão, principalmente pelas indústrias, com o aumento da produção de carnes, e possivelmente também de etanol de milho. Mato Grosso tem hoje nove usinas de etanol, sendo que três delas moem cana-de-açúcar e milho.

A produção de carnes sozinha, no entanto, não é suficiente para gerar a demanda necessária para o aumento da produção de milho. A qualidade do grão mato-grossense, segundo o superintendente, já é reconhecido internacionalmente e essa demanda tende a crescer. “Sem dúvida a produção industrial, destacando principalmente o etanol de milho, vai ser importante, mas o consumo internacional do cereal ainda vai ser importante”, afirma Celidonio.

Soja e algodão

O crescimento esperado para a produção de soja é bem menor que o do milho. Responsável por 50% da receita gerada pelo agronegócio em Mato Grosso, o crescimento previsto para soja até 2025 é de 60% para a área cultivada com o grão e de 74,4% na quantidade de grãos produzidos.

No entanto, quando se fala em áreas a mais destinadas à soja, o superintendente do Imea destaca que isso significa 5 milhões a mais de hectares, o que gera benefícios também para a economia do estado. “Para cada mil hectares cultivados com soja, hoje temos seis empregos criados. Com esses hectares a mais, seria um volume bem expressivo de empregos abertos diretamente na produção de soja”, diz.

Juntas, as produções de milho e soja em Mato Grosso devem passar de 44,6 milhões de toneladas na safra 2013/14 para 84,7 milhões de toneladas na safra 2024/25, acréscimo de 90%.

Quanto ao algodão em caroço (antes de ser beneficiado para a venda da pluma), o crescimento será menor mas a área e a produção devem dobrar. O crescimento deve ser de 52,9% para a área e 57,3% para a produção, podendo chegar a 3,7 milhões de toneladas aproximadamente em 2025.

Motivos do crescimento

Vários fatores são apontados pelo Imea para que o crescimento desses três produtos seja possível. Dentre eles estão o avanço de áreas de agricultura sobre áreas de pastagens, o aperfeiçoamento da biotecnologia, o aumento de agroindústrias no estado e os investimentos em logística.