Na semana passada, uma parceria firmada entre a Itaipu Binacional e a Embrapa passou a promover o desenvolvimento de pesquisas e ações que aumentarão a importância do biogás como fonte alternativa de energia e renda para agricultores brasileiros, elevando-o ao mesmo patamar do etanol.
O convênio foi assinado pelo presidente da Embrapa, Maurício Lopes, e pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, durante a cerimônia dos 40 anos da Embrapa, na última quarta-feira (24), em Brasília.
“É um sonho para a Itaipu colaborar com essa iniciativa, que vai ajudar o agricultor e todo o País a reduzir a emissão de gases”, disse Jorge Samek.
O evento teve a presença da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, representante da presidente Dilma Rousseff na solenidade, do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, o ministro da Ciência Tecnologia, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Com o nome “Rede Biogásfert”, a parceria que inclui ainda os biofertilizantes prevê várias linhas de pesquisa para desenvolvimento de gasodutos, biodigestores, filtragem, hidrogênio e aplicação de energias térmica, elétrica e automobilística, entre outras.
O projeto “Tecnologias para a produção e uso de biogás e fertilizantes a partir do tratamento de dejetos de animais no âmbito do Plano ABC [Programa Agricultura de Baixo Carbono]” prevê investimentos da ordem de R$ 7,5 milhões. Metade do valor será repassado pela Itaipu e, os 50% restantes, pela Embrapa.
A Rede envolverá 14 unidades descentralizadas da Embrapa – Suínos e Aves, Arroz e Feijão, Solos, Agroenergia, Gado de leite, Agrobiologia, Pecuária Sudeste, Instrumentação Agropecuária, Agrossilvipastoril, Florestas, Milho e Sorgo, Agropecuária Oeste e Secretaria de Relações Internacionais.
Na Itaipu, as pesquisas terão a infraestrutura do Parque Tecnológico Itaipu e do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás-ER). A coordenação é da Assessoria de Energias Renováveis de Itaipu.
“Com esse projeto, a Embrapa entende o biogás como um produto energético da relevância do etanol, e não apenas como um subproduto”, afirmou Cícero Bley Júnior, assessor de Energias Renováveis de Itaipu. “E também estabelecemos um contato definitivo com os setores de energia”.
Próximos passos – No dia nove de maio, na quarta-feira, pesquisadores se reúnem na Itaipu para traçar o plano de trabalho do projeto.
Segundo matéria publicada no site da Embrapa, em 2014, já será possível mensurar alguns resultados práticos da Rede Biogásfert, como com as fábricas de biofertilizantes usuárias de dejetos de aves, que devem também ser adequadas para receber suinoculturas.