A utilização e as vantagens do uso da bioenergia pelo setor sucroalcooleiro da Paraíba foram discutidas em audiência, nesta segunda-feira (9), entre o governador João Azevêdo, o Sindalcool e proprietários de usinas para produção de açúcar e etanol. A Paraíba é um dos principais estados do Nordeste na produção de etanol e açúcar e o Estado tem no seu planejamento ampliar o uso de energéticos complementares como biomassa, hidrogênio biogás para o desenvolvimento sustentável da Paraíba.
Durante a reunião, o presidente da consultoria Dataagro, Plínio Nastari, apresentou estudo sobre o potencial dos biocombustíveis na transição energética no país e, particularmente, na Paraíba, que se posiciona como grande produtor de cana de açúcar, onde pode haver um maior aproveitamento para produção de energia.
Na ocasião, o governador João Azevêdo convidou os representantes do setor a apresentarem estudo do potencial da produção de biocombustíveis na Câmara de Energia e Gás do Consórcio Nordeste, com objetivo de discutir a inclusão do setor dentro de um plano nacional de energias renováveis.
Para o governador João Azevêdo, é fundamental a elaboração de um plano nacional que dialogue com as diversas fontes de energias renováveis, incluindo também a biomassa, o biogás, o hidrogênio, com o potencial energético de cada Estado, no sentido de contribuir com descarbonização. “Para isso é necessário que o governo Federal e os Estados dialoguem com os diversos segmentos energéticos para se discutir uma matriz ideal e uma regulamentação que crie condições seguras para novos investimentos. Vamos promover esse debate dentro do Consórcio Nordeste e no Governo do Estado”.
Plinio Nastari ressaltou que existe um potencial enorme de produção de biocombustíveis na Paraíba, como energético complementar, a exemplo da biomassa e do hidrogênio promovendo inovação para a transição energética. “O governador João Azevêdo tem um perfil técnico e acredita na importância da regulamentação do setor de energias renováveis para serem criadas condições na atração de investimentos privados para uso integral da biomassa”, avaliou.
Nastari fez uma avaliação positiva do encontro e acrescentou que dessa reunião acontecerão novos desdobramentos que deverão alavancar esse enorme potencial no aproveitamento da energia de biomassa no Nordeste, tendo em vista o alto potencial de irradiação solar. “Existe um senso de urgência no mundo pela redução da emissão de CO2 no meio ambiente e o setor sucroalcooleiro pode contribuir decisivamente com esse processo”, ressaltou.
“Estamos diante de uma acelerada transição energética para a substituição dos antigos combustíveis fósseis pelos biocombustíveis para maior agregação de valor, mais empregos e maior aproveitamento na energia da cana-de-açúcar e da bioenergia. Essa é a prioridade da mobilidade sustentável. Abre-se um amplo mercado para os novos combustíveis nas cidades, na aviação e na área marítima”, comentou Edmundo Barbosa, presidente executivo do Sindalcool-PB.
Também participaram da audiênciaos empresários Bruno Tavares, Gilvan Celso Sobrinho, Eduardo de Oliveira, Clodoaldo Soares, Felipe Morais, José Bolivar Neto, além dos secretários Gilmar Martins (Planejamento), Rosália Lucas (Turismo e Desenvolvimento Econômico), Jailson Galvão (presidente da PBGás) e Marcus Vinícius (presidente da Cagepa).