“O Brasil é o único país do mundo que abre mão de terras produtivas para preservar o meio ambiente e tem isso previsto em lei”, disse a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em palestra nesta sexta-feira (29), na Chatham House, em Londres, um dos mais influentes think tanks do mundo.
“No Brasil, a técnica de plantio direto, em cima da palha deixada pelas colheitas de soja, milho e algodão e que impede a liberação de CO2 no meio ambiente, já é aplicada em 92% das lavouras”, destacou a ministra. Essa prática, explicou, beneficia o meio ambiente ao mesmo tempo em que permite ao agricultor economizar em fertilizantes, combustíveis e insumos.
Fundada em 1930, a Chatham House já recebeu personalidades de renome mundial, como Mahatma Ghandi, políticos, como Bill Clinton, ex-presidente dos EUA Unidos, e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, lideranças de instituições internacionais, como a diretora-geral do FMI, Christine Lagard, entre outros.
Na audiência, houve o reconhecimento dos avanços do Brasil na área ambiental, mas também foram levantadas dúvidas sobre o futuro. A ministra destacou o trabalho que está sendo feito pela Assistência Técnica em levar práticas de agricultura sustentável, sobre como produzir melhor e como aumentar a renda que obtém com a produção.
Lembrou ainda que o Código Florestal brasileiro é uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. “Se nosso código fosse aplicado na Europa, os vinhos de Douro, em Portugal, não existiriam, pois essa legislação não permite que seja feito plantio em morros com mais de 45º de inclinação, como é feito lá nessa região”, disse.