A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) presidiu ontem a primeira reunião do Fórum das Entidades Representativas do Agronegócio, criado para alinhar e estabelecer uma conexão entre as ações do ministério às necessidades do setor produtivo. A reunião ocorreu nesta quinta-feira (13), quando a ministra fez uma apresentação dos cinco eixos das ações do MAPA, com foco na defesa agropecuária, e conclamou os empresários a participarem ativamente da avaliação das medidas adotadas pela pasta, reforçando, ainda mais, o diálogo com o setor agropecuário.
Kátia Abreu definiu a estratégia de aproximar o setor das ações do ministério por meio do fortalecimento das câmaras temáticas e setoriais e da criação do fórum, que é formado por cerca de 20 entidades representativas. As câmaras atuarão no debate e avaliação de dificuldades enfrentadas por cada cadeia produtiva. O fórum, com um perfil mais estratégico, terá reuniões periódicas para avaliar a adoção de medidas e debater as propostas do setor privado.
“As câmaras, que têm papel fundamental, serão fortalecidas e analisarão as dificuldades e problemas específicos da cadeia produtiva de cada setor. O Fórum das Entidades discutirá todas as medidas estratégicas para que não haja uma desconexão entre as ações do ministério e as atividades do setor”, afirmou. Ela disse ainda que todas as medidas estratégicas do Mapa serão avaliadas pelo fórum. “Queremos que todas as nossas ações tenham conexão direta com o que o setor produtivo efetivamente necessita e reivindica”, afirmou Kátia Abreu durante a abertura da reunião.
A ministra definiu nas reuniões desta quinta-feira uma rotina de trabalho para as câmaras setoriais e temáticas, reconhecendo a necessidade de reforçar as atividades desses colegiados. “Precisamos valorizar as câmaras técnicas de forma definitiva. “Se não for para empoderar, é melhor fechá-las”, disse aos 36 presidentes de câmaras, que aprovaram as iniciativas da ministra.
“Eu acredito muito nesses grupos porque é de onde vem, de fato, o detalhe. Temos que ter um fórum macro, mas o que incomoda a vida das pessoas é o micro, uma portaria que está faltando, um detalhe que impede o produtor de trabalhar”, completou.
A ministra anunciou também a criação três novas câmaras. A primeira, para abrigar a cadeia produtiva da erva mate, uma reivindicação antiga do setor. A segunda se dedicará à discussão da Lei Plurianual Agrícola (LPA) – que está em fase de elaboração pelo Mapa – e agregada à do Financiamento e Seguro do Agronegócio.
Por fim, será criada uma câmara provisória de dois anos para acompanhar as mudanças no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi). Em maio, o Mapa descentralizou os serviços de inspeção federal e facilitou a industrialização de produtos da agricultura familiar, tornando a fiscalização sanitária mais eficiente.
Cinco eixos
A fim de envolver todo o setor produtivo no trabalho que vem sendo feito pela pasta, Kátia Abreu e os secretários nacionais do Mapa apresentaram ao Fórum das Entidades Representativas do Agronegócio e aos presidentes das câmaras os cinco eixos de atuação do ministério: fortalecimento da defesa agropecuária; modernização e desburocratização da gestão; ampliação da classe média rural; formação de uma aliança nacional para inovação e pesquisa no campo e elaboração da Lei Plurianual Agrícola.
O monitoramento dos cinco eixos pode ser conferido na Prestação de Contas à Sociedade Brasileira, divulgado em julho.
Kátia Abreu reafirmou que a prioridade máxima do Mapa é defesa agropecuária, área que foi totalmente preservada de corte de receita, após o contingenciamento anunciado no mês passado. Destacou o trabalho realizado para erradicar a febre aftosa em todo o país, certificar novos estados como zonas livres de peste suína clássica, controlar a mosca das frutas e reforçar a vigilância sanitária das fronteiras. “Nada neste ministério é mais importante que defesa agropecuária”, destacou.