A Bunge, uma das maiores empresas de agronegócio do mundo, registrou queda de 33% no lucro líquido do terceiro trimestre, para US$ 140 milhões (aproximadamente R$ 246 milhões). A companhia americana atribuiu o resultado à instabilidade nos mercados e à colheita menor de cana de açúcar no Brasil.
“O terceiro trimestre foi um período especialmente volátil”, afirmou em nota Alberto Weisser, presidente executivo da Bunge. “Gerenciar os riscos nos segmentos de agronegócio e açúcar e bioenergia provou ser desafiador”, disse.
Todas as áreas de atuação da companhia, com exceção de fertilizantes, registraram resultado negativo. O pior desempenho foi observado na área de açúcar e bioenergia, que registrou Ebit (ganhos antes de impostos e taxas) negativo de US$ 43 milhões. Segundo Weisser, o processamento de cana de açúcar ficou abaixo do esperado para o trimestre, devido ao impacto da prolongada seca nas plantações brasileiras.
Apesar disso, a companhia projeta um cenário mais favorável para o quarto trimestre e para 2012. “Mesmo em um quadro de menor crescimento econômico, o mundo precisa de ofertas adicionais de culturas, de modo que os preços devem permanecer em níveis atrativos”, disse o executivo.
A Bunge também projeta desempenho mais forte para a divisão de açúcar e bioenergia no ano que vem. “Os preços de açúcar e etanol no Brasil devem continuar elevados devido às incertezas no desenvolvimento da safra de cana no centro-sul do Brasil”, afirmou Weisser.
A Bunge terá 50 mil hectares de novas áreas plantadas de cana de açúcar prontas para a próxima colheita, “o que fornecerá matéria-prima para nossas fábricas e nos habilita a mostrar o potencial desse negócio.”
No terceiro trimestre, a Bunge registrou um faturamento de US$ 15,6 bilhões, após ter obtido receitas de US$ 11,6 bilhões em igual período de 2010.