O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou mais de 80 gigawatts (GW) de projetos de geração de energia eólica offshore (alto-mar) que estão em processo de licenciamento ambiental.
Neste novo balanço, o órgão elaborou um mapa que aponta a localização dos projetos na costa brasileira. No total, o Ibama analisa 36 processos com proposta de instalação de aerogeradores espalhados pelo litoral do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Ceará.
Segundo dados do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), no final de 2020, o mundo somava 35,3 GW em operação. O total de projetos no Ibama é mais do que duas vezes maior. No último levantamento, feito em agosto de 2021, o órgão identificou 23 projetos que totalizaram 46 GW. O salto de projetos aconteceu em janeiro de 2022 e reflete a expectativa do mercado sobre o decreto 10.946/2022 do governo federal com as principais diretrizes para os projetos eólicos.
Na analise da presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, a quantidade de projetos de eólica offshore em análise no Ibama reflete o interesse do investidor e o potencial que o Brasil tem com os ventos marítimos.
“Importante mencionar ainda que o recente decreto oferece uma base de segurança para que mais investidores comecem a apresentar seus projetos. Além disso, nosso histórico de sucesso da eólica onshore [terrestre] é um ponto importante, porque é um reflexo da nossa sólida indústria, da nossa capacidade de debate técnico, regras claras e também opções de financiamento”, diz Gannoum.