A notícia é boa, ainda que não seja para já. Dois anos é o prazo para que cientistas de várias partes do mundo façam pesquisas, com experiências concretas, capazes de conciliar dois pontos fundamentais: a produção agropecuária com a segurança alimentar mundial.
Lançada recentemente no Rio de Janeiro, a proposta pretende unir esforços de pesquisadores, governos e empresas. De acordo com entrevista de Emile Frison, diretor-geral da Bioversity Internacional, organização de pesquisa sem fins lucrativos com sede em Roma, que lidera o projeto, a novidade da Agriculture and Conservation Initiative é fazer trabalhar juntos os pesquisadores de sustentabilidade com os pesquisadores dos setores produtivos. Tudo tendo em vista a busca de soluções integradas. “O próximo passo é fazer realmente os cientistas trabalharem juntos. Nós temos essa organização de alto nível que pode fornecer importantes políticas de volta. Mas nós precisamos que esses cientistas construam evidências científicas. Eles devem tentar congregar tudo que nós sabemos sobre iniciativas que funcionam para diferentes paradigmas de agricultura”, disse Emile à Agência Brasil.
Segundo o presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), Israel Klabin, que participou do lançamento, o Brasil é a “capital mundial do capital natural”, por ter os recursos naturais na maior plenitude e vir trabalhando com realismo a questão. É importante, conforme Klabin, que o setor produtivo não deixe de lado a questão ambiental e caminhe para uma economia sustentável.
Para o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, o país caminhou bastante nessa área nos últimos 40 anos, com a criação de instituições de pesquisa e legislação. De acordo com ele, o Brasil conseguiu superar o problema da insegurança alimentar e passou de importador para provedor de alimentos. Mais: transformou áreas de solo ácido em espaços férteis, desenvolveu conceito próprio de agricultura tropical e construiu plataforma de práticas sustentáveis.
O desafio destes pesquisadores é tão grande quanto a importância do trabalho que eles irão desenvolver. Práticas mais sustentáveis garantirão melhor qualidade de vida a todos. O planeta agradece.