Após bater no teto da meta, a expectativa dos analistas do mercado para a inflação em 2014 recuou, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC), que colhe estimativas entre cerca de cem instituições. A previsão para o desempenho da economia neste ano também melhorou.
A mediana das estimativas para o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 6,50% para 6,39%. Em 12 meses, a expectativa passou de 5,93% para 5,88% de aumento. Para 2015, a mediana seguiu em 6% pela quarta semana consecutiva.
Na sexta-feira passada, o IPCA surpreendeu ao marcar inflação de 0,67% em abril, bem abaixo do esperado por analistas, de 0,79%. Em 12 meses, o indicador oficial de inflação do país acumulou alta de 6,28%.
A projeção para os preços administrados neste ano foi mantida em 5% de aumento. Para 2015, a mediana foi de 6,50% para 6,03% de alta.
Nas estimativas para a taxa básica de juro, a Selic, ficou tudo igual: 11,25% para o fim deste ano e 12,25% para o fim de 2015. Atualmente, a taxa está em 11%.
Entre os analistas Top 5, aqueles que mais acertam as previsões, a expectativa para a inflação deste ano se deteriorou. A mediana de médio prazo para o aumento do IPCA em 2014 saiu de 6,67% para 6,69%, mas a mesma medida para 2015 foi de 6,50% para 6,35%. Também reduziram a expectativa para a Selic neste ano, de 12,13% para 11,75%, mas elevaram a previsão para 2015, de 12,88% para 13%.
Os analistas elevaram ainda a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a produção industrial deste ano, embora tenham reduzido os números referentes a 2015.
A economia brasileira deve crescer 1,24% em 2014, em vez de 1,21% como o estimado na pesquisa anterior. Para 2015, a projeção passou de 1,91% para 1,90% de expansão. No caso da indústria, o avanço estimado agora é de 1,69% neste ano, e não 1,53%. No próximo calendário, a produção industrial deve crescer 2,37%, contra 2,65% projetados anteriormente.
No caso do câmbio, a expectativa é de dólar a R$ 2,45 no encerramento deste ano, sem alteração, e a R$ 2,50 no fechamento de 2015, ante R$ 2,51 previstos antes.