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Biomassa

Moagem no Centro-Sul atinge 40 milhões de toneladas de cana em setembro

Em São Paulo, a quantidade de matéria-prima processada até o momento ainda apresenta defasagem de 11,75 milhões de toneladas

Moagem no Centro-Sul atinge 40 milhões de toneladas de cana em setembro

O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras na região Centro-Sul do Brasil somou 40,47 milhões de toneladas nos últimos 15 dias de setembro, crescimento de 40,43% sobre a mesma quinzena de 2014, quando as chuvas impactaram a operacionalização da colheita.

Apesar da maior moagem verificada na segunda quinzena de setembro deste ano, o valor acumulado desde o início da safra 2015/2016 até o final do mês ficou praticamente idêntico ao registrado em 2014 – 444,30 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas nesta safra contra 441,44 milhões de toneladas registradas no mesmo período do último ano.

Segundo o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, “a condição atual de moagem e a maior oferta de cana-de-açúcar levará ao término tardio desta safra”. Em São Paulo, a quantidade de matéria-prima processada até o momento ainda apresenta defasagem de 11,75 milhões de toneladas e dificilmente as unidades conseguirão processar toda a cana-de-açúcar disponível para moagem, explicou o executivo.

Qualidade da matéria-prima e produtividade agrícola

Na última quinzena de setembro, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar totalizou 145,64 kg, queda de 4,30% em relação ao valor observado no mesmo período de 2014.

No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 1º de outubro, a concentração de açúcares por tonelada de matéria-prima atingiu 132,16 kg, retração de 2,56% relativamente ao índice verificado no mesmo período da safra 2014/2015.

Em relação à produtividade agrícola, a melhoria recente no regime de chuvas favoreceu o desenvolvimento da lavoura no Centro-Sul. Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) mostram que desde o início da atual safra até o final de setembro, a produtividade agrícola da área colhida atingiu 85,3 toneladas de cana por hectare, aumento superior a 10% em relação ao resultado obtido até a mesma data de 2014.

Produção de açúcar e de etanol

Nos últimos quinze dias de setembro, 42,51% da matéria-prima foi utilizada na fabricação de açúcar, contra 39,14% apurados na mesma quinzena da safra passada. A proporção de cana direcionada à produção de açúcar no último ano foi severamente prejudicada pelas chuvas que ocorreram naquele momento e, portanto, a comparação com os índices registrados em 2015 deve ser feita com cautela.

Com isso, a quantidade produzida de açúcar neste ciclo atingiu 2,39 milhões de toneladas na segunda metade de setembro. No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até o final do último mês, a produção de açúcar segue abaixo daquela observada em 2014: 23,25 milhões de toneladas este ano, contra 25,08 milhões de toneladas do ciclo 2014/2015.

Em relação ao etanol, a produção alcançou 1,99 bilhão de litros na segunda quinzena de setembro – sendo 799,48 milhões de litros de etanol anidro e 1,19 bilhão de litros de etanol hidratado – crescimento de 27,45% quando comparado a igual período de 2014. No acumulado desde o início da safra até o final do mês, o volume produzido somou 20,19 bilhões de litros, com 12,70 bilhões de litros de etanol hidratado e 7,49 bilhões de litros de etanol anidro.

Rodrigues ressalta que “nas últimas quinzenas as empresas têm priorizado a fabricação do aditivo e na segunda metade de setembro o rendimento atingiu expressivos 19,76 litros de anidro por tonelada de cana processada”. Esse ritmo de produção, associado aos volumes já contratados e aos estoques de entressafra mantidos por produtores e distribuidoras, confere maior segurança ao atendimento da demanda doméstica, explicou o executivo.

Vendas de etanol

As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somaram 2,70 bilhões de litros em setembro, significativo aumento de 31,57% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior. Deste volume, 249,78 milhões de litros destinaram-se às exportações e 2,45 bilhões de litros ao mercado doméstico.

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado seguem aquecidas. Na segunda quinzena de setembro, alcançaram 829,65 milhões de litros, totalizando 1,59 bilhão de litros comercializados no mês. Este resultado mensal ultrapassa em 42,27% os 1,12 bilhão de litros computados em setembro de 2014.

O volume de etanol anidro vendido no mercado doméstico em setembro atingiu 859,92 milhões de litros, praticamente igual aos 862,98 milhões de litros registrados em agosto de 2015 e ligeiramente superior aos 838,46 milhões de litros apurados em setembro de 2014.

“As vendas de etanol hidratado em setembro continuaram em patamar elevado, apesar de não terem sido influenciadas pelo aumento de preço da gasolina praticado no início de outubro”, explicou Rodrigues.

No acumulado de abril até setembro, as vendas de etanol somaram 15,03 bilhões de litros, dos quais 5,41 milhões de litros referem-se ao etanol anidro e 9,62 bilhões de litros ao etanol hidratado (quase 3 bilhões de litros a mais em relação ao mesmo período da safra 2014/2015). Ainda, deste montante acumulado, 14,07 bilhões de litros direcionaram-se ao abastecimento doméstico, enquanto as exportações somam apenas 961,51 milhões de litros.