A MPX – empresa de energia do grupo EBX, de Eike Batista – vai participar dos dois leilões de energia nova este ano, marcados para outubro, com 521,9 megawatts (MW) de potência. Deste total, 363,2 MW serão de energia termelétrica a gás natural e 158,7 MW de geração a partir de parques eólicos. Os leilões A-3 e A-5 preveem o início de entrega de energia em 2015 e 2017, respectivamente. Os contratos terão duração de 20 anos.
A energia eólica prevista para o leilão será proveniente dos complexos de Jandaíra, Pedra Preta I e Pedra Preta II, no Rio Grande do Norte, adquiridos no início de agosto, em parceria com a alemã E.On, por R$ 22,2 milhões. O complexo, que já possui licença ambiental, tem capacidade instalada de 600 MW. A MPX espera definir em setembro os fornecedores dos aerogeradores para os parques.
Já os 363,2 MW de energia de termelétrica a gás natural serão produzidos pelo complexo em construção pela companhia em Parnaíba, no interior do Maranhão, onde já existem duas usinas planejadas: Parnaíba I e II. Até o momento, o complexo terá capacidade instalada total de 1.531 MW, dos quais 338 MW dependem de contratos a serem firmados no mercado livre. A potência do complexo, porém, poderá ser ampliada, caso a MPX vença os leilões.
Em Parnaíba, a MPX promove também – por meio de sua joint venture com a OGX, petroleira do grupo, OGX Maranhão – o desenvolvimento de oito blocos de exploração e produção na Bacia do Parnaíba, onde há descobertas de gás nos campos de Gavião Real e Gavião Azul. O início da produção é prevista para 2012.
“[No Gavião Real há] 14 poços perfurados plenamente, suportando todo o consumo futuro de gás [até 2028, no complexo termelétrico]”, disse ontem o diretor-presidente e financeiro da MPX, Eduardo Karrer, em teleconferência com analistas sobre o balanço financeiro da MPX. Segundo o executivo, se ganhar o leilão, a empresa vai aumentar a eficiência da planta de 35% a 40% para 55%, fechando o ciclo da usina e aumentando a eficiência no consumo de gás.
No entanto, as reservas de gás existentes não serão suficientes para suprir o complexo de 2028 até 2035. Dessa forma, a empresa irá intensificar a exploração no local, com a perfuração de mais quatro poços na bacia. Para poder se cadastrar no leilão, a MPX precisou revisar o Plano de Desenvolvimento de Gavião Real para entregar à Agência Nacional do Petróleo (ANP). Pelas regras atuais, os agentes precisam apresentar as garantias de fornecimento de combustível para suas usinas.