O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, defendeu o aumento do comércio entre Brasil e Japão e uma maior participação do país asiático no Mercosul. A posição foi manifestada pelo secretário-executivo nesta quarta-feira (05/10), durante a XIX Reunião Conjunta do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, em Tóquio.
Novacki disse que a balança comercial entre Brasil e Japão é equilibrada, mas pode avançar muito mais. Ele pretende negociar com os japoneses a abertura da exportação da carne bovina termoprocessada brasileira e, futuramente, da carne in natura.
Outros produtos que devem entrar na pauta de negociação, durante a visita ao Japão, são lácteos e frutas. Para Novacki, não há problema em o Brasil abrir espaço para importar carnes da raça wagyu do mercado japonês.
A reunião do comitê bilateral foi mediada pelo coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Durante os debates também foram abordados temas como recursos naturais, energia e meio ambiente.
Energia renovável
Novacki afirmou que o Brasil é referência mundial em fontes renováveis de energia. Acrescentou que são necessárias mudanças na matriz energética mundial para garantir um menor índice de poluição e aumentar a preservação ambiental. Nesse contexto, segundo ele, o país tem feito o seu dever de casa.
O secretário-executivo do Mapa reafirmou a preocupação do Brasil com o meio ambiente. Destacou dados apresentados em Roma, durante a reunião de ministros na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), na última segunda-feira (3), que demonstram que 61% do território brasileiro se mantém preservado com florestas nativas.
De acordo com Novacki, o sistema produtivo brasileiro atua de forma responsável, utilizando tecnologia e inovação para garantir maior produtividade, o que também contribui para preservar o meio ambiente. “O mundo discute segurança alimentar e sustentabilidade, e o Brasil tem o que mostrar nessas duas áreas.”
Além da questão ambiental, Novacki salientou que o produtor brasileiro tem se preocupado com a responsabilidade social. “Produzimos com consciência social. Os nossos agricultores querem banir o trabalho escravo e o trabalho infantil.”