Depois de liderar o consórcio que implementou a hidrelétrica Foz do Chapecó, no rio Uruguai, entre os municípios de Águas de Chapecó, em Santa Catarina, e Alpestre, no Rio Grande do Sul, a CPFL avalia novas oportunidades de empreendimentos no Estado. O grupo prospecta a geração eólica e hidrelétrica na região.
Um dos projetos analisados é o da hidrelétrica Itapiranga, que será uma usina com capacidade para aproximadamente 700 MW (cerca de 20% da demanda média de energia dos gaúchos). A estrutura também será instalada no rio Uruguai, entre os municípios de Itapiranga (SC) e Pinheirinho do Vale (RS). Esse complexo deverá absorver um investimento superior a R$ 2 bilhões. O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Jr., acredita que será possível colocar essa usina para disputar um leilão de energia (mecanismo que garante a venda da eletricidade para o sistema elétrico nacional) a partir do próximo ano. Além disso, o dirigente adianta que a empresa pretende instalar cinco pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Estado e um dos locais escolhidos será o rio das Antas.
Recentemente, o grupo criou a CPFL Renováveis, empresa focada nas gerações eólica e de biomassa (queima de matéria orgânica) e PCHs. Hoje, comenta Ferreira Jr., essa companhia tem em operação em torno de 750 MW em fontes renováveis e já possui mais 500 MW em construção. A meta da empresa é chegar até 2014 com cerca de 2 mil MW renováveis instalados.
O presidente da CPFL Energia esteve na sexta-feira em Porto Alegre para participar da reunião-almoço do Comitê Estratégico de Energia da Amcham-Porto Alegre (Câmara Americana de Comércio), realizada no Hotel Plaza São Rafael. Na ocasião, o executivo ainda informou que a distribuidora gaúcha RGE (controlada do grupo) investirá neste ano em torno de R$ 250 milhões, o que se trata do maior aporte da história da companhia. Esses recursos serão aplicados na modernização da rede elétrica e na melhora da qualidade de serviço da concessionária, que verifica um crescimento de consumo de eletricidade em sua área de atuação de cerca de 6% ao ano.
Outro tema abordado por Ferreira Jr. na Capital gaúcha foi a renovação das concessões de energia. Até 2015, vencerá o prazo de concessões de 60% das distribuidoras de energia no Brasil, as quais poderão ser renovadas ou licitadas novamente. Também 20% das concessões para geração de energia e 70% das concessões de linhas de transmissão terminam até 2015. O presidente da CPFL relata que as concessões do grupo não acabam nesse prazo. Ele destaca que a renovação ou a relicitação das concessões é uma oportunidade para a modicidade tarifária. O dirigente prevê que se o governo optar por uma prorrogação, o que é uma tendência no momento, deverá colocar cláusulas para reduzir o preço da energia.