A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou sua projeção de crescimento da economia brasileira e elevou a projeção de inflação no país, alertando que os indicadores no curto prazo ‘deixam entrever grandes incertezas’.
Em relatório sobre as perspectivas econômicas para 2013, publicado hoje em Paris, a entidade dos países ricos reduziu de 4% para 2,9% a estimativa de expansão da economia brasileira para este ano em comparação com a projeção que tinha feito em novembro.
Por sua vez, a China, pelo segundo ano consecutivo, terá crescimento inferior ao normal. A projeção agora é de um crescimento de 7,8%, ante 8,5% em novembro. A Índia crescerá 5,3%, ante 5,9%. A Rússia será o membro do Brics a ter a menor expansão econômica, de 2,3%, quando a previsão em novembro era de 3,7%. A África do Sul pode expandir 2,8% – antes era previsto avanço de 3,2%.
A OCDE menciona intensificação de tensões inflacionárias no Brasil e elevou de 5,3% para 6,2% sua projeção de inflação para este ano. Nota que as antecipações inflacionárias para 2013 e 2014 vão continuar acima da centro da meta visada de 4,5%.
A previsão do déficit fiscal também aumentou, de 1,7% do PIB para 2,4%. O déficit na balança de pagamentos deve ficar em em 2,7% do PIB, totalizando US$ 66 bilhões este ano e pode chegar a US$ 73 bilhões no ano que vem (2,8% do PIB).
Para a entidade, o crescimento do PIB pode voltar a ter taxa inferior ao potencial, estimado em 3,7%. Bloqueios do lado da oferta e a mediocridade das perspectivas externas são os principais obstáculos para um crescimento mais forte.
A OCDE estima que progressos nas reformas em curso na infraestrutura e na área tributária poderiam impulsionar os investimentos e a competitividade. O consumo privado conservará seu dinamismo com um mercado de trabalho com progressão constante da renda e dos salários.
O organismo recomenda a revisão de barreiras as importações, que estima serem prejudiciais ao crescimento da produtividade no médio prazo.
Os riscos na economia brasileira estão em tendência de baixa, avalia a OCDE.