Na última semana, a Comissão Global sobre Economia e Clima e a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgaram um relatório que defende a possibilidade para países de todo o mundo de dar continuidade ao crescimento econômico ao mesmo tempo em que combatem as alterações climáticas.
O documento, nomeado “Crescimento Melhor, Clima Melhor: A Nova Economia do Clima”, estima que nos próximos 15 anos, US$ 90 trilhões serão investidos em infraestrutura, agricultura e energia, e defende que isso representa uma oportunidade para investir no crescimento de baixo carbono.
O presidente da Comissão e ex-presidente do México, Felipe Calderón, refutou a ideia de que os governos devem escolher entre combater as mudanças climáticas ou investir em crescimento. “É possível termos um melhor crescimento econômico e um melhor clima. É possível criar empregos e reduzir a pobreza e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de carbono que ameaçam o nosso futuro. É possível, mas precisamos fazer algumas mudanças fundamentais e escolhas inteligentes”, disse.
A Comissão calcula que, se as recomendações do relatório forem totalmente implementadas, até 2030 o mundo vai conseguir 90% das reduções de emissões necessárias e evitar os efeitos negativos da mudança climática.
“Hoje estamos dando 600 bilhões de dólares em subsídios para os combustíveis fósseis, mas apenas 100 bilhões de dólares para apoiar as energias limpas a cada ano. Estamos pagando para poluir. Isso não pode continuar”, insistiu Calderón.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que as emissões de gases de efeito estufa estão em níveis recordes e defendeu uma “transformação estrutural na economia global”. “Temos que gerir o risco climático para o sustentado e sustentável progresso econômico”, afirmou.
O estudo “Crescimento Melhor, Clima Melhor: A Nova Economia do Clima” durou um ano e foi um esforço conjunto de 24 líderes de governo, negócios, finanças e economia de 19 países, entre eles Brasil, China, Índia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.