Colômbia e Peru devem ser mercados prioritários para o Brasil na América do Sul, dentre os listados pelo Plano nacional de Exportação (PNE), avaliam especialistas. Para eles, o País tende a buscar parcerias com as economias mais sólidas na região.
No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) colombiano avançou 4,6%, enquanto a economia peruana cresceu cerca de 2,3%. “Um dos objetivos do PNE é abrir novos mercados e o Brasil ainda participa pouco das importações da Colômbia e do Peru, apesar de ter uma relação histórica com esses países”, diz Raphael Videira, professor de relações internacionais da ESPM. “Além disso, essas economias vêm apresentando um crescimento sólido na região, o que faz com que o Brasil coloque o seu foco nesses mercados”, complementa Videira.
O professor informa que a participação brasileira nas importações da Colômbia representam 3,4%, ao passo que no Peru, correspondem a 4%. No Chile, essa proporção é maior, em 8% e na Argentina, 22%.
“O Brasil deve avançar em nações onde tem mais presença, como no Chile, e aproveitar essa onda de países que estão crescendo”, reafirma.
Oportunidades
Na Colômbia, Videira avalia oportunidades para a indústria exportadora de carnes, como também em tecnologia da informação (TI) e serviços de banco de investimentos.
De acordo com a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o país andino tem sido alvo de 38 setores atendidos pela instituição. Por conta disso, nos próximos dias 22 e 23, a agência irá realizar, junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o evento Brasil Tecnológico, na Colômbia.
Segundo a Apex, 50 empresas brasileiras de nove setores diferentes estão interessadas em estabelecer parcerias com companhias colombianas. A expectativa de geração de negócios é de US$ 30 milhões. Os setores são: TI, telecomunicações, eletroeletrônico, embalagens, produtos médico-odontológico, fármacos e químicos, máquinas e equipamentos, defesa e sucroalcooleiro.
Conforme projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o PIB da Colômbia deve apresentar crescimento de 3,6%. Para as economias peruana e chilena, as projeções são de expansão em 4,2% e 3%, respectivamente. Já a Argentina deve se manter estável e o Brasil ter retração de 0,9%.
Luciano D”Agostini, economia do Conselho Federal de Economia (Cofecon), avalia como positiva o avanço do Brasil nesses mercados e diz que o País deve criar mecanismos para fomentar mais investimentos diretos do Chile, por exemplo. Atualmente, o Brasil é destino de 26,2% do total dos investimentos diretos chilenos realizados pelo mundo, com um acumulado de cerca de US$ 26,189 milhões.