Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) desenvolveu um equipamento que permite purificar e pressurizar biogás para armazenamento na zona rural. A ideia foi apresentada em um seminário realizado no Ceará este ano. O equipamento permite que biogás de esterco seja armazenado para gerar uma chama como a gerada pelo gás de cozinha.
O equipamento que eles criaram e patentearam foi feito a partir de um compressor de geladeira adaptado. De acordo com o professor Nilton Silva, a vantagem é que o equipamento vai permitir que os pequenos agricultores consigam armazenar o biogás gerado com baixo custo, sendo ainda uma fonte de energia renovável.
“O biogás é feito com a matéria orgânica que o agricultor, pecuarista, produtor rural tem no campo. A matéria seria o esterco, o resto de alimentos, o bagaço de cana, tudo que sobra de orgânico. Para a geração do biogás Já existe um sistema de geração, que no caso é o biodigestor. Mas a pressão de biogás que o biodigestor gera não é tão forte. Com esse equipamento que criamos, o agricultor vai pode pressurizar o gás em um cilindro de 20 litros e usar o biogás como um gás de cozinha”, disse Nilson Silva.
Para explicar o ganho gerado com a nova tecnologia, o professor Nilson Silva usa o exemplo do gado. “Um boi de porte médio gera cerca de 10 kg de esterco por dia. Quem cria 50 animais vai ter uma média diária de 500 kg de esterco. No esterco 86% é água, mas o resto é material orgânico. Gerando biogás com esses 500 kg de esterco por dia e usando o equipamento que criamos, o produtor rural vai ter uma energia equivalente a sete botijões de gás de cozinha, por mês”, disse.
Depois de apresentar o projeto no seminário, os pesquisadores descobriram que ainda não existia nenhum equipamento que fizesse isso. Eles então patentearam a ideia. Natural da cidade de Coxixola, no Cariri paraibano, o professor Nilton Silva destaca que a ideia começou a ser pensada com o objetivo de ajudar os pequenos produtores rurais.
“Eu tenho uma relação de experiência e sentimento com o semiárido, por ser do Cariri. Nossa intenção é fazer com que o homem do campo tenha acesso a esse equipamento. Inclusive, só iremos fornecer o projeto se a empresa que for fabricar o compressor se comprometa em oferecer um produto acessível aos pequenos agricultores”, afirmou.