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Petrobras negocia venda em térmica no Rio

A EDF possui os 90% restantes da usina, único ativo da companhia no Brasil hoje.

Petrobras negocia venda em térmica no Rio

A elétrica francesa EDF negocia a compra da participação de 10% da Petrobras na termelétrica EDF Norte Fluminense, de 760 megawatts (MW) de potência instalada, localizada em Macaé, no Rio de Janeiro. A EDF possui os 90% restantes da usina, único ativo da companhia no Brasil hoje.

“Ela [Petrobras] botou a venda esses 10%. Não teve nenhuma proposta. E nós então estamos negociando essa compra com eles. Seria do nosso interesse”, afirmou o diretor Financeiro Administrativo da EDF Norte Fluminense, Carlos Afonso.

Segundo ele, as negociações estão “bastante avançadas” e podem ser concluídas ainda este ano. “Temos de concluir até dezembro porque é o prazo que a Petrobras tem pelo Tribunal de Contas da União”, explicou.

A negociação faz parte do programa de desinvestimentos da estatal, que prevê a arrecadação de US$ 9,9 bilhões com vendas de ativos até 2017. A meta, porém, era obter o máximo possível desse valor ainda neste ano.

Procurada, a Petrobras informou que não comenta o assunto.

Segundo Afonso, a EDF também está negociando, junto com a Cemig, a aquisição de uma participação na hidrelétrica de Sinop, de 400 MW, no rio Teles Pires, em Mato Grosso. A concessão da usina, prevista para entrar em operação em 2018, foi arrematada pelo consórcio formado por Chesf, Eletronorte e Alupar em leilão em agosto. A empresa de participações da construtora Alusa, porém, já anunciou que vai se desfazer de sua participação de 51% no empreendimento.

“A Eletrobras está procurando um parceiro. E estamos conversando. Tanto nós como a Cemig estamos conversando com Chesf e Eletronorte para ver se vamos ter, ou não, interesse em entrar no lugar da Alupar”, disse o diretor da EDF Norte Fluminense.

A EDF e a Cemig formaram um consórcio para disputar a usina em agosto. Elas, no entanto, perderam para o consórcio do grupo Eletrobras por uma diferença de apenas R$ 0,20 por megawatt-hora (MWh). A oferta vencedora foi de R$ 109,40 por MWh.

Afonso lembrou que, apesar das negociações estarem em curso, qualquer decisão só poderá ser tomada oficialmente após 17 de fevereiro, para quando está prevista a assinatura do contrato de concessão da usina. Pela lei, a composição do consórcio vencedor não pode ser alterada até a assinatura do contrato.

A EDF também está conversando com outras empresas uma possível parceria para disputar a concessão da hidrelétrica de São Manoel, de 700 MW, também no rio Teles Pires. Caso o governo consiga a licença prévia para o empreendimento, ele será incluído no próximo leilão A-5 (que negocia contratos com início de fornecimento em cinco anos), marcado para 13 de dezembro.

Com relação à hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, Afonso contou que o estudo de viabilidade técnica e econômica da usina será entregue até o fim do ano para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A EDF faz parte do grupo de nove empresas, liderado pela Eletrobras, responsável pelos estudos técnicos e ambientais do complexo hidrelétrico do Tapajós.

Conforme antecipado pelo Valor em julho, o executivo confirmou que a usina de São Luiz do Tapajós poderá ter a capacidade instalada ampliada, de 6.133 megawatts (MW), planejados inicialmente, para até 8 mil MW. O aumento de capacidade da hidrelétrica é possível a partir da modificação do eixo da usina.

A previsão, segundo o diretor da EDF Norte Fluminense, é que a hidrelétrica seja colocada em leilão é setembro de 2014.

Para o próximo ano, a companhia também pretende incluir nos leilões de energia o projeto da termelétrica a gás natural de Paracambi, no Rio de Janeiro. Com investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão, a usina terá 550 MW de potência. Há estudos de ampliação da capacidade para 880 MW, o que elevará o custo do projeto para R$ 1,8 bilhão.