O plantio de milho nos Estados Unidos registrou avanço na última semana, alcançando 12% dos 39 milhões de hectares estimados para a temporada agrícola, demonstrou na segunda-feira (06) o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), em seu relatório de progresso de culturas.
Até a última semana de abril a semeadura no país alcançava apenas 5% do território, em função do grande volume de chuvas e ao frio excessivo no chamado cinturão do milho americano. À mesma época o país registrava um atraso de 26% em comparação à média dos últimos cinco anos.
De acordo com a analista Bruna Lopes, do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), esse cenário tem refletido nos preços do cereal, que desde o início de maio têm apresentado aumentos constantes na CBOT.
A condição climática também pode interferir no cultivo das lavouras de soja, que atualmente alcançou 2%, segundo o USDA, pondera o também analista do Imea Angêlo Ozelame.
“O atraso no plantio do milho pode impactar no plantio da soja e alguns produtores que iam cultivar o cereal e que não poderão podem ir para a soja, aumentando a área e consequentemente a produção”, avaliou ao Agrodebate.
Reflexo que também seria sentido no quesito mercado acrescenta ainda o especialista, ao considerar a oferta total de soja proporcionada pelo Brasil, Argentina e também os Estados Unidos.
“Mais uma safra grande nos EUA pode afetar a oferta, tornando-a alta e fazendo os preços caírem. Porém, com a perspectiva de problemas no plantio da soja, os preços em Chicago registraram alta no começo da semana passada e afetaram os preços em Mato Grosso, aonde vínhamos de semanas de queda, e tiveram uma estabilidade ou até mesmo alta na última semana em virtude dos acontecimentos climáticos nos Estados Unidos”, frisou.