A produção de eletricidade a partir de resíduos de madeira tem se tornado uma das alternativas em Mato Grosso em detrimento de outras fontes mais poluentes. A fonte – que entra no aspecto biomassa – é completamente limpa e são cerca de 17,2 mil MWh produzidos no Estado que servem para abastecer pequenos empreendimentos.
São utilizados no processo madeira em tora, serragem, briquetes de madeira e cavacos que são queimados para serem transformados em energia elétrica. O potencial de utilização é reflexo dos mais de 6 milhões toneladas de madeira produzida em Mato Grosso.
De acordo com o Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás de Mato Grosso (Sindenergia), atualmente quatro usinas que utilizam a matéria prima para a produção de energia estão em funcionamento.
São elas as usinas UTE (Usina Termelétricas de Energia) de Araguassu, localizada em Porto Alegre do Norte, que produz 1,2 mil MWh; a usina Egídio, em Juruena, que produz 2 mil MWh; a usina Primavera do Leste, situada no município homônimo, que produz 8 mil MWh e usina Sinop, também na cidade de mesmo nome, que produz 6 mil MWh.
O Balanço Energético de Mato Grosso, apresentado nessa semana no VIII Seminário de Energia, aponta que entre os derivados da biomassa, a lenha e o carvão vegetal representaram, em 2014, 17% dos energéticos consumidos.
O pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (Niepe) Ivo Leandro Dorileo, coordenador do Balanço Energético, explica que essa é uma fonte considerada inovadora em Mato Grosso. “É uma matéria prima que no passado era descartada quase que integralmente. Sem contar nos casos em que ela era armazenada em grandes galpões e o risco de um incêndio de grandes proporções eram muito altos, como já aconteceu no Estado”, argumentou.
Uma das referências do pesquisador é o grande incêndio que atingiu um lixão em Marcelândia, em 2010. O fogo destruiu mais de 100 casas e cerca de 17 serrarias na cidade. À época, o governo estadual declarou situação de emergência na cidade por causa do incidente.
Ivo lembra que a produção ainda é considerada pequena, mas que a tendência é que o trabalho no setor aumente nos próximos anos. O Balanço Energético pontua que o consumo de resíduos de madeira e outros para produção de energia, como casca de arroz e carvão vegetal, vem aumentando a sua participação à taxa média de 4,1% ao ano.