Na região metropolitana de Curitiba, na propriedade do agricultor Raulino Weber, situada em Campo do Tenente, os dias de sol colaboram com a criação de gado e aves e com o desenvolvimento da lavoura. O sol também é responsável por gerar energia elétrica na propriedade, visto que, em setembro de 2020, o agricultor instalou placas sobre o aviário.
O sistema fotovoltaico é integrado à rede da Companhia Paranaense de Energia (Copel), havendo 116 placas voltadas para a face norte do local, sem nada que possa fazer sombra sobre elas. O custo de instalação foi de R$ 163 mil, com pagamento que foi realizado por meio de financiamento bancário.
A energia solar é um investimento
Em culturas que dependem de estruturas que usam muita eletricidade (como a aquicultura, a pecuária leiteira, a suinocultura e a avicultura), a energia solar pode oferecer diversos benefícios para o agricultor, segundo Luiz Eliezer Ferreira, do departamento técnico e econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP).
Ao cogitar o investimento, deve-se pensar não só no consumo na propriedade, mas também nos custos pagos pela energia elétrica.
“Nós temos uma das tarifas mais altas do mundo no setor elétrico. Então, o custo da energia mais alto já traz alguma viabilidade para os sistemas solares. Na área rural, a gente chegou a fazer alguns estudos com um avicultor de Cianorte e um produtor de leite de Castro e fizemos algumas simulações. A conta de energia deste produtor pode até zerar”, detalha Ferreira.
Energia solar em Curitiba
No Paraná, as regiões oeste, noroeste e norte são as que contam com maior incidência solar. Ao leste do estado, a radiação solar fica menos intensa. A propriedade do Sr. Raulino, mesmo que localizada em uma das áreas menos fortes, consegue autossuficiência no consumo. Segundo o agricultor, a geração de energia permanece até nos dias nublados.
“Neste momento, está em 21 quilowatt-hora. Quando o sol está mais forte, no início da tarde, chega até a 50 quilowatt-hora. Nos dias mais fechados, dificilmente baixa de 10 quilowatts-hora. Ele só para mesmo quando o sol vai caindo”.
Aproximadamente 60% da energia consumida na propriedade está na iluminação, no aviário, no sistema que regula a temperatura e nos comedouros elétricos. O restante está voltado para a produção leiteira e para o consumo das três casas que estão no terreno.
“Antes de instalar a energia solar, a conta estava na faixa de R$ 1,5 mil até R$ 4,2 mil por mês. Hoje, está na faixa de R$ 150 a R$ 180 por mês”, informa o produtor.