O estado de Mato Grosso tem 65% de sua área de 90 milhões de hectares preservada. Este dado foi revelado pelo chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, dr. Evaristo de Miranda, nesta segunda (24), no Meeting Aprosoja – Sustentabilidade. Os agropecuaristas preservaram 34% deste total.
“É algo que impressiona, pois Mato Grosso é um estado com vocação agrícola. Se fosse o Alasca ou o deserto da China, é até algo mais comum. Mas com todo o potencial agricultável do estado e os produtores preservarem as áreas verdes é importante. O País deveria reconhecer o estado por este esforço”, afirma Evaristo de Miranda.
Mato Grosso é o estado que tem maior área verde preservada se comparada com qualquer país com mais de dois milhões de quilômetros quadrados. “Só perde para o próprio Brasil por causa da Amazônia. E é um desafio manter isso, certamente. Precisamos pensar em como compensar o produtor rural, pois órgãos ambientais e indígenas têm orçamentos para manter o meio ambiente e o produtor também deve ser pago por preservar”, diz o pesquisador.
Mato Grosso foi o primeiro estado do Brasil a ser totalmente mapeado pela Embrapa, o que culminou no estudo “Atribuição, Uso e Ocupação das terras de Mato Grosso”. Miranda explica que foram usados os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), de áreas indígenas, de preservação e ainda informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“Somos campeões em preservação e a Embrapa veio validar isso. Somos constantemente acusados de degradação, mas os agricultores preservam o meio ambiente porque é com o que ele trabalha. Conservam dentro da sua propriedade. Agora precisamos conversar sobre compensação por esta preservação”, ressalta Endrigo Dalcin, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
Dalcin lembra que a Aprosoja disponibiliza programas de orientação ao associado no que se refere ao cumprimento das leis trabalhistas e ambientais. “Temos uma comissão de Sustentabilidade que tem trabalhado para sugerir melhorias para os agricultores e, ainda, o programa Soja Plus, que ajuda na prática destas melhorias. É o que o mundo quer, soja rastreada e com sustentabilidade”, finaliza.