O Programa Pecuária Sustentável na Prática no Oeste da Bahia foi apresentado na última quinta-feira, 11, durante o 12º Fórum de Pecuária, que teve como tema principal “A Pecuária na Era da Sustentabilidade”. Esta é a segunda fase do projeto, que envolve a capacitação e assistência técnica aos pequenos e médios pecuaristas visando apoiá-los em cinco eixos principais: gestão da propriedade, produção animal, legislação trabalhista, meio ambiente e relacionamento com a comunidade.
Presente no evento, que reuniu cerca de 200 pecuaristas e profissionais da área, o proprietário da fazenda Alto da Serra, em Correntina, Noel Santiago de Souza, é um dos três selecionados para integrar o projeto nesta segunda fase. Depois das primeiras orientações pelo programa, reforçou ainda mais o cuidado com a administração da fazenda. “Tive o cuidado de comprar no mês de maio o milho e sorgo, com um preço melhor, para alimentar o gado na seca. E agora já estou planejando vender o gado na melhor época. O segredo não é só saber comprar, mas também saber vender”, afirma.
A preocupação do Noel está ligada a um gargalo na gestão econômica e sustentável das fazendas na região, apontado durante a apresentação do Programa Horizonte Rural, que realizou um diagnóstico baseado na aplicação de um questionário de autoavaliação em 76 propriedades rurais do Oeste da Bahia. De modo geral, o consultor da Profissional Agronegócios, Márcio Oliveira, afirmou em sua apresentação durante o Fórum de Pecuária que 98% dos pesquisados tem algum tipo de deficiência na gestão financeira da empresa. “Após iniciar o registro financeiro do movimento diário, o pecuarista em pouco tempo estará realizando um fluxo de caixa e, com isso, conseguirá planejar os investimentos para melhorias da produção”, exemplifica.
O programa realizado pela Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia (Acrioeste) em parceria com a Fundação Solidaridad, Profissional Agronegócios e o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), também entregou aos pecuaristas pesquisados um Relatório Individual de Recomendações, com resultados da avaliação e oportunidades de melhoria a serem implementadas nas propriedades.
Para o presidente da Acrioeste, Cézar Busato, o projeto é primordial para apoiar principalmente os pequenos e médios pecuaristas na gestão sustentável da sua propriedade, e que inicialmente deve passar pelo pilar econômico para avançar, em seguida, para o ambiental e social. “O pecuarista precisa ter uma atuação dinâmica e global da sua propriedade. Ficar atento aos preços dos insumos e saber a hora certa de comprar e vender além de melhorar os indicadores de produtividade. E agora mais do que nunca, respeitar às legislações trabalhista e ambiental e ter uma produção efetivamente sustentável”, afirma.