A implantação da fábrica de aerogeradores da alemã Siemens no Brasil, planejada há pelo menos três anos, depende apenas da definição do modelo de equipamento que será fabricado no país. A empresa já chegou à conclusão de que o mercado brasileiro tem condições de comportar a nova unidade e agora estuda qual a melhor alternativa tecnológica para atender as novas condições para financiamento de parques eólicos estabelecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Não existe dúvida sobre o tamanho do mercado, a questão é qual tecnologia”, afirmou o gerente de estratégia e comunicação do setor de energia da Siemens, Felipe Ferres. Ele ressalvou que localização, o tamanho e o prazo de implantação da fábrica só serão definidos após a decisão sobre o equipamento a ser fabricado, mas admitiu que a empresa pretende estar “preparada” para os leilões de energia eólica do ano que vem.
Aprovadas há quase um ano, em dezembro do ano passado, as novas regras para financiamento pelo BNDES exigem a montagem da nacele (cabina onde fica o gerador) em unidade própria dos fabricantes no Brasil e o aumento gradual do nível de nacionalização de outros componentes das torres eólicas.
Os dois tipos de aerogeradores são o “gear box”, que inclui a caixa multiplicadora de velocidade, e o “direct drive”, sem este mecanismo. O primeiro modelo já é vendido pela empresa no Brasil, com a nacele importada da Dinamarca e componentes como pás, torres e cubos produzidos localmente.
Segundo Ferres, a Siemens vai fornecer 205 equipamentos para 18 parques eólicos no Nordeste nos próximos 12 meses, com potência total de 470 megawatts (MW). De acordo com ele, a expectativa é que a participação da geração eólica alcance 6,8% da matriz energética brasileira em 2016, ante 1,6% no ano passado.