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Suzano eleva preço e cita China como fiel da balança

O aumento será de US$ 20 por tonelada e, para o mercado asiático, de US$ 30 por tonelada.

Suzano eleva preço e cita China como fiel da balança

A Suzano Papel e Celulose começou a informar ontem a seus clientes um novo reajuste para os preços da celulose, válido a partir de 1º de janeiro, e traçou um cenário positivo para a indústria no médio prazo, cuja harmonia será determinada pela China – maior comprador individual da celulose produzida no Brasil.

De acordo com o presidente da companhia, Antonio Maciel Neto, o excesso de oferta da matéria-prima até 2015 preocupa, porém há margem para que a taxa de ocupação da indústria permaneça em 85%, na esteira da demanda chinesa.

“Temos confiança de que novos projetos de papel entrarão em operação e haverá conversão de fábricas [de celulose] ou fechamento de capacidade. A China será a grande questão nos próximos anos”, afirmou o executivo.

Até 2013, segundo dados da consultoria Risi, apresentados pela companhia a analistas em São Paulo, haverá um adicional de 5 milhões de toneladas de matéria-prima globalmente. Porém, no mesmo intervalo, 1,2 milhão de toneladas sairão do mercado ou por causa do fechamento de fábricas ou por conversão de unidades para a produção de outro tipo de fibra, caso da Jari Celulose, que pretende migrar da celulose de eucalipto para a solúvel.

Dessa forma, a oferta adicional líquida de celulose ficará em 3,8 milhões de toneladas até o fim do próximo ano. Ao mesmo tempo, no segmento de papel, haverá adição de 4,3 milhões de toneladas líquidas em capacidade produtiva, acima da nova oferta de celulose. “Nossa visão de mercado balanceado extrapola 2013”, afirmou Alexandre Yambanis, diretor executivo da Unidade de Negócios Celulose da companhia. “A curva de aprendizagem dos projetos anunciados vai acompanhar de maneira harmônica a relação entre oferta e demanda.”

Por enquanto, a China tem dado mostras de retomada das encomendas. Após um reajuste anunciado em outubro e integralmente implementado na Ásia até dezembro, segundo Yambanis, a Suzano elevou novamente os preços da celulose. Para os mercados da Europa e da América do Norte, o aumento será de US$ 20 por tonelada e, para o mercado asiático, de US$ 30 por tonelada. Dessa forma, em janeiro, os preços de referência da matéria-prima serão de US$ 800 a tonelada na Europa, US$ 850 a tonelada na América do Norte e US$ 700/tonelada na Ásia.

A Fibria, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, não havia anunciado reajuste até o fim da tarde de ontem. Recentemente, a direção da companhia informou que está otimista em relação ao mercado global de celulose nos próximos meses, embora trabalhe com expectativa de redução de US$ 10 por tonelada no preço médio da matéria-prima no ano que vem. Essa estimativa, segundo o diretor comercial da companhia, Henri Philippe Van Keer, é conservadora, uma vez que Estados Unidos e Europa podem trazer surpresas positivas à indústria.

Em relação à fábrica de celulose que está em construção na cidade de Imperatriz (MA), o diretor de Operações da Suzano, Ernesto Pousada, reiterou a previsão de início das operações no fim de 2013. Segundo o executivo, a base florestal para começo de produção já está equacionada. “Há desafios. Mas temos hoje oito mil pessoas trabalhando na obra e tudo para partir dentro do prazo estipulado”, afirmou.

Com investimento total de US$ 2,8 bilhões, dos quais US$ 2,3 bilhões na área industrial, a fábrica maranhense da Suzano terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas anuais. Já a decisão sobre a futura fábrica do Piauí poderá ser tomada em 2014.