Presente em cerca de 25% da madeira do eucalipto, a lignina, substância que confere rigidez à árvore, é usada na indústria de papel e celulose como fonte complementar de energia devido a seu alto poder calorífico. Dê olho neste potencial para co-geração e aplicações de fontes renováveis em substituição a derivados do petróleo no setor químico, a Suzano Papel e Celulose está com a primeira bench plant de lignina da América Latina em operação na Unidade Limeira, no interior do Estado de São Paulo.
Para Fabio Carucci Figliolino, gerente-executivo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Suzano, essa iniciativa, além de sustentável, pode mudar significativamente a rentabilidade da indústria de papel e celulose. “Poucas empresas do mundo utilizam lignina para tal finalidade. Estamos criando algo que oferecerá possibilidades inéditas ao segmento: novos produtos para novos mercados”. O projeto tem objetivo de maximizar o aproveitamento da biomassa, reduzir em até 80% o consumo de óleo e gás nos fornos de cal da produção da Suzano e potencial para substituir produtos químicos derivados do petróleo em diferentes aplicações comerciais.
Assim como os demais projetos da Suzano Papel e Celulose com foco em inovação e tecnologia, a bench plant de lignina é financiada pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia), com investimento de R$ 1 milhão, iniciou sua operação em novembro de 2011 e tem capacidade de produção de uma tonelada dia. A localidade foi escolhida, devido sua proximidade com as universidades envolvidas no projeto. A iniciativa surgiu em 2007, originada a partir do crescimento da demanda por substituição de derivados de petróleo nas diferentes cadeias produtivas, e foi avaliada como prioridade para a área de inovação na revisão do planejamento estratégico da Suzano, que resultou no Plano Suzano 2024.
Anunciado em 2010, o Plano Suzano 2024 define uma visão de longo prazo a até 2024, quando a empresa completa 100 anos de fundação.Este Plano deixa explícito que a competência florestal da Suzano é sua principal fonte de competitividade e traça como objetivo fornecer produtos e serviços rentáveis a partir das nossas florestas renováveis, permanecendo fortes no segmento de papel, focados na América Latina; aumentando significativamente a capacidade produtiva em celulose de mercado e ampliando a atuação em duas novas frentes: biotecnologia, por meio da aquisição da FuturaGene (empresa pioneira nas pesquisa e desenvolvimento de biotecnologia direcionada para os mercados de culturas florestais e biocombustíveis), e energia renovável, com o lançamento da Suzano Energia Renovável (empresa que se dedicará à produção de pellets de madeira para a produção de energia).