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Suzano quer substituir óleo por gás natural

Unidade da Suzano Papel e Celulose em Mucuri, na Bahia, substituirá óleo por gás natural em 2012. Companhia se tornará uma das principais clientes da Bahiagás.

O fornecimento de gás natural para a unidade da Suzano Papel e Celulose em Mucuri (BA) deverá ter início no começo do próximo ano, de acordo com a direção da companhia. Com a disponibilidade de insumo na região, fruto da expansão da malha de gasodutos da distribuidora Bahiagás, a companhia reduzirá o consumo do óleo combustível usado nas linhas de produção, também abastecidas por biomassa.

As negociações entre Suzano e Bahiagás foram noticiadas pela Agência Estado em agosto do ano passado. Na oportunidade, o presidente da distribuidora, Davidson Magalhães, projetava o fornecimento inicial de 200 mil metros cúbicos diários de gás natural para a Suzano. A fabricante de papel e celulose não deu detalhes do acordo, mas segundo o presidente Antonio Maciel Neto, a companhia se tornará uma das principais clientes da Bahiagás.

Controle de custos – A turbulência na econômica mundial fará com que a Suzano Papel e Celulose intensifique a política de controle de custos, de acordo com Maciel Neto. Sem revelar projeções, o executivo falou que 100 executivos da companhia vão se reunir no próximo final de semana em São Paulo para tratar o tema. “Estamos fazendo agora ainda mais do que estávamos fazendo por conta da situação”, afirmou. Na lista de corte estão viagens e o trabalho com consultorias, revelou Maciel.

Além do momento de incertezas na economia global, Maciel destacou diversas vezes a preocupação da companhia com a elevação dos custos. “A madeira, os salários, os dissídios. Todas as contas que fizermos em dólar estão muito caras”, destacou o executivo, adicionando à lista de preocupações a valorização do real.

O custo caixa de produção de celulose da Suzano, indicador que melhor dimensiona a competitividade operacional das fabricantes do insumo, saltou de R$ 469 por tonelada no primeiro trimestre para R$ 598 por tonelada no segundo trimestre deste ano, uma variação de 27,4%. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado (R$ 464 por tonelada), a elevação foi ainda maior, de 29%. “Imaginamos que o resultado (custo caixa) do terceiro trimestre ficará entre o primeiro e o segundo trimestres”, projetou.

Para tanto, a companhia reduzirá o consumo de madeira de terceiros, tendência prevista anteriormente para o segundo semestre. “Teremos maior disponibilidade de madeira”, disse. Somente esse item elevou em R$ 55 o custo caixa do segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano.

O ambiente de negócios da companhia é ainda mais desafiador devido ao impacto do câmbio na receita e da queda dos preços da celulose em julho e agosto. “Os preços do terceiro trimestre serão menores do que o segundo trimestre”, ressaltou. Segundo Maciel, a companhia tem acompanhado o mercado na trajetória de preços – a concorrente Fibria confirmou na semana uma redução dos preços praticados no mercado europeu a partir de agosto.

Para o quarto trimestre, Maciel destacou que a tendência é mais positiva. A recuperação dos preços da celulose, contudo, ainda está atrelada ao desempenho da economia mundial. “Esperamos uma recuperação de preços no quarto trimestre, mas ela pode não acontecer se o cenário se deteriorar”, destacou.

O executivo mostrou otimismo em relação à recuperação da demanda por celulose na Ásia ao longo do segundo semestre, e ressaltou que o Produto Interno Bruto (PIB) da Europa continua a apresentar leve crescimento. As duas regiões respondem por praticamente dois terços das vendas de celulose da companhia brasileira.