Adversidades climáticas no Brasil influenciaram as valorizações de cinco das principais commodities agrícolas comercializadas no exterior em fevereiro. A “pressão altista” tende a perdurar em março. No mercado de grãos, a crise política na Ucrânia se uniu ao clima desfavorável para elevar as cotações nos últimos dias. Cálculos do Valor Data mostram que açúcar, café, cacau, suco de laranja, algodão, soja, milho e trigo encerraram fevereiro com cotações superiores às de janeiro.
Outros dois fatores complementam a série que resultou nas valorizações. O primeiro é a perda de ímpeto do dólar, que abriu espaço para altas nas bolsas dos EUA, na medida em que reduz a competitividade da produção americana. O segundo foi o aumento das apostas na valorização de grãos, café e açúcar pelos fundos de investimento.
Depois das fortes baixas de 2013, o café emergiu como o grande destaque de fevereiro. A cotação média dos contratos de segunda posição na bolsa de Nova York foi quase 30% superior à de janeiro e atingiu o pico desde outubro de 2012. A preocupação com o déficit hídrico no Centro-Sul ainda provoca grandes altas, como a de ontem (9,1%).