A preservação ambiental da Ilha de Fernando de Noronha recebeu mais um importante reforço. Patrimônio Mundial Natural reconhecido pela Unesco, o arquipélago terá o parque de geração de energia renovável ampliado. A Usina Solar Noronha II, resultado da parceria entre o Governo de Pernambuco, Administração da Ilha e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), foi viabilizado pelo Programa de Eficiência Energética, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O desenvolvimento e a implantação do sistema fotovoltaico consumiram recursos da ordem de R$ 6,4 milhões.
Os 1.836 módulos de silício policristalino da Usina Solar Noronha II foram instalados sob uma área de concreto de 8.000 m², pertencente ao Governo do Estado, utilizada para captação de águas pluviais. O sistema que converte a radiação solar em energia elétrica terá potência instalada de 550 kWp (quilowatt-pico), vai gerar cerca de 800 MWh/ano o que corresponde a 5% do consumo da ilha. A energia produzida será injetada na rede de distribuição da concessionária. Com a usina solar em operação, deixarão de ser consumidos, anualmente, 200 mil litros de biodiesel na ilha.
A nova unidade geradora de energia renovável integrará o sistema elétrico da ilha juntamente com a Usina Solar Noronha I, construída nas instalações físicas do Comando da Aeronáutica. Juntas, as duas usinas serão responsáveis por cerca de 10% da energia consumida no arquipélago. Inicialmente, com a entrada em operação das usinas solares fotovoltaicas, o sistema elétrico de Fernando de Noronha será monitorado com o objetivo de definir a melhor estratégia para maximizar a geração renovável.
Com a instalação concluída no último mês de maio, a unidade atualmente se encontra em operação. Durante os testes pré-operacionais de geração, a usina apresentou desempenho de funcionamento superior ao previsto, inicialmente, pelas equipes técnicas.
Após o período de implantação, a segunda unidade será de propriedade do Governo de Pernambuco e, por meio do Sistema de Compensação de Energia, regulamentado pela Aneel para minigeração, a energia gerada será utilizada para compensar o consumo de prédios públicos da Administração Estadual da Ilha de Fernando de Noronha. A usina solar tem expectativa de vida útil de 25 anos.
Noronha II é a quarta usina solar instalada pelo Grupo Neoenergia no Brasil. A primeira foi no estádio de Pituaçu, na Bahia, pioneira em um estádio na América Latina. A segunda foi implantada ao lado da Itaipava Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, com 1 MWp de geração, respondendo por 30% do consumo anual do estádio que sediou cinco partidas da Copa do Mundo 2014. A primeira usina solar de Fernando de Noronha foi inaugurada no de 18 de julho de 2014.
As duas unidades de geração solar da ilha contaram com apoio técnico de agências de fomento internacional. O governo norte-americano, por meio a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), participou da primeira usina e a Agência de Cooperação Alemã (GIZ) contribuiu com as duas iniciativas. Para implantação dos projetos, foram realizados estudos de viabilidade técnica e econômica.
Noronha I
Em julho de 2014, o Grupo Neoenergia, por meio da Celpe, inaugurou a primeira usina solar fotovoltaica do arquipélago. Situada no Comando da Aeronáutica, em um terreno de 5.000 m², a Usina Solar Noronha I tem potência instalada de 400 kWp, o que resulta na geração estimada de 600 MWh/ano, cerca de 4% do consumo da ilha. A Usina Solar Noronha I, composta por 1.644 painéis, recebeu investimentos de R$ 5 milhões. A aquisição, transporte e instalação dos módulos das duas usinas ficaram a cargo da WEG Equipamentos Elétricos, uma das referências mundiais no setor de energia. A empresa especializada, contratada por meio de concorrência, além de monitorar a operação por um ano, será responsável pela manutenção da unidade pelo mesmo período.