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Insumos

Vendas de fertilizantes têm recorde no Brasil com demanda de sojicultores

A comercialização de fertilizantes no Brasil atingiu um recorde mensal de quase 4 milhões de toneladas em setembro.

A comercialização de fertilizantes no Brasil atingiu um recorde mensal de quase 4 milhões de toneladas em setembro, apagando a melhor marca da história do setor registrada em outubro de 2013, com a forte demanda de produtores de soja, que deverão plantar uma área jamais vista no país na temporada 2014/15.

O volume de fertilizantes entregues ao consumidor final atingiu 3,9 milhões de toneladas no mês passado, crescimento de 9,4 por cento na comparação com o mesmo período de 2013, segundo os últimos dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

O total comercializado superou a marca de 3,8 milhões de toneladas, de outubro do ano passado –normalmente, as entregas em agosto, setembro e outubro costumam ser as maiores do ano, quando os produtores estão se preparando para semear a safra de verão, a maior do país.

“Isso para atender esta safra agora, plantio de soja e milho, basicamente… (Para plantio de) algodão tem alguma coisa também”, afirmou à Reuters nesta quarta-feira o diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil, Carlos Florence.

Ele acrescentou que não houve antecipação de compras de adubos para a segunda safra de milho, que tem sido maior que a de verão nos últimos anos, por conta dos preços baixos do cereal, que têm deixado produtores cautelosos.

No acumulado do ano, as entregas de fertilizantes no Brasil cresceram 7,3 por cento ante janeiro e setembro de 2013, para 23,7 milhões de toneladas, caminhando para superar o recorde do ano passado em 2014, de 30,7 milhões de toneladas.

O plantio de soja no Brasil, que tem puxado as vendas de adubos, deverá ficar entre 30,6 milhões e 31,8 milhões de hectares em 2014/15, alta entre 1,4 e 5,5 por cento na comparação com 2013/14, segundo o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no início do mês.

Em condições normais de clima, o país poderia colher entre 88,83 milhões e 92,41 milhões de toneladas, superando o recorde de 86,1 milhões de toneladas de 2013/14, segundo a Conab.

O diretor-executivo da Anda disse que a relação de troca de adubo por soja piorou para o produtor com a queda do preço da commodity em função da grande safra dos Estados Unidos, mas ressaltou que o produto entregue recentemente foi comprado quando a situação estava mais favorável ao sojicultor.

Assim, ele acredita que as entregas em outubro poderão repetir os patamares vistos no mesmo mês do ano passado.

Apesar da margem menor dos agricultores, Florence não acredita que eles vão reduzir a aplicação do insumo, uma vez que maiores produtividades decorrentes de uma boa adubação podem ajudar nas contas diante de uma queda de preços da commodity.

Mato Grosso lidera
Com o Mato Grosso semeando área recorde, as entregas em setembro no Estado somaram 644 mil toneladas.

No acumulado do ano, as entregas no Estado somaram 4,74 milhões de toneladas, crescimento de 9 por cento na comparação anual.

Segundo Florence, o agricultor poderia até postergar um pouco o recebimento do fertilizante, por causa da falta de chuva para o plantio, que tem atrasado os trabalhos, mas ainda assim os volumes entregues estão elevados nas próximas semanas.

Em setembro, produtores do Rio Grande do Sul receberam 590 mil toneladas de fertilizantes (2,9 milhões de toneladas no acumulado do ano). O Paraná veio em terceiro nas entregas em setembro, com 474 mil toneladas (3,14 milhões de janeiro a setembro).