O volume de soja exportado pelo Brasil em março está abaixo de 2012, na comparação da média embarcada diariamente, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados na segunda-feira.
A média ficou em 174,8 mil toneladas nos primeiros 16 dias úteis do mês, 9,2 por cento abaixo da média de 192,6 mil toneladas por dia em março de 2012.
Para o analista Steve Cachia, da CerealPar, não há uma retração da demanda e o volume menor neste mês deve ser uma decorrência das dificuldades enfrentadas nos principais portos, Paranaguá e Santos.
“Não tem nada a ver com demanda. Provavelmente é o caos logístico. Quando você tem chuva, mesmo havendo produto e exportação contratada, você perde dias de trabalho e é difícil recuperar no dia seguinte”, afirmou ele.
Em Paranaguá, por exemplo, as operações ficaram paradas por um total de 27 dias desde janeiro até o início de março, em função de chuvas, já que os porões dos navios não podem ficar abertos em caso de precipitação, para não elevar a umidade dos grãos.
Nos últimos 5 dias, a fila de navios graneleiros esperando para atracar no porto paranaense passou de 84 embarcações para 88, de acordo com dados do site da Paranaguá Pilots, empresa que oferece serviços de praticagem (pilotagem).
Em Santos há 103 navios de todos os tipos de carga fundeados, à espera de atracação, segundo dados da praticagem de Santos.
O resultado das exportações neste mês, no entanto, mostrou um forte crescimento sobre fevereiro, quando a média diária foi de 53 mil toneladas/dia, já que março é o mês em que se intensifica a colheita da soja nas principais regiões produtoras. E em função disso, e pela falta de estrutura de estocagem, ocorre um grande aumento no fluxo de escoamento da produção rumo aos portos.