Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Clima

Após impacto do El Niño, agricultura brasileira enfrentará La Niña no segundo semestre

Após impacto do El Niño, agricultura brasileira enfrentará La Niña no segundo semestre

A elevação das temperaturas nas regiões Centro e Sul do Brasil a cada verão, que agora se estende pelos meses de outono, é atribuída ao fenômeno climático El Niño. Este fenômeno não apenas intensifica eventos climáticos severos, como as enchentes no Rio Grande do Sul, mas também provoca prejuízos significativos à agricultura. Em 2023, as perdas agrícolas chegaram a cerca de R$ 78 bilhões, com estimativas de valores ainda maiores para 2024. Contudo, os desafios climáticos não se limitam ao primeiro semestre. No segundo semestre, surge a influência de La Niña, trazendo novos desafios.

Para mitigar os efeitos de ambos os fenômenos, a indústria agrícola está desenvolvendo insumos específicos. “Ambos os fenômenos causam um ‘estresse da planta’, mas esses efeitos podem ser mitigados com tecnologia”, explica Luiz Gustavo Floss, engenheiro agrônomo especializado em Administração Rural e mestre em Produção Vegetal. Os insumos agrícolas são projetados para reduzir o impacto desses estresses, estimulando a planta a continuar seu ciclo produtivo. Esses produtos ajudam a acelerar a maturação e aumentar a produção, além de fortalecer as plantas contra pragas e doenças.

Desde 2018, uma empresa pioneira desenvolveu biomoduladores fisiológicos combinados com nanotecnologia, que não só regulam processos fisiológicos, mas também atuam como fisioativadores. Esta inovação contém polissacarídeos de origem marinha e nanoativos específicos, demonstrando alto rendimento em cultivos como soja, milho, algodão, feijão, cana-de-açúcar, tabaco e trigo. “A tecnologia fortalece a planta para que ela própria combata fungos e pragas, funcionando de maneira preventiva e reduzindo a necessidade de agrotóxicos. Isso resulta em um menor custo para o produtor”, detalha Floss.

As pesquisas continuam a avançar, com um foco crescente em alimentos mais saudáveis e orgânicos. Floss observa que a ênfase está mudando dos macronutrientes para os micronutrientes e, agora, para substâncias orgânicas que aumentam a absorção de nutrientes pelas plantas. “Estamos buscando eficiência nutricional para melhorar a fertilização e a saúde das plantas”, conclui.