Diante da urgência em buscar soluções para as consequências da crise climática, a Fundação Getulio Vargas vai apresentar no dia 2 de setembro o FGV Clima, um novo centro de pesquisa aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), que busca aprofundar a contribuição dos economistas para enfrentar a crise climática. O evento, que ocorre das 17h30 às 20h, acontecerá no Auditório Plínio Barreto, no 15º andar do edifício da Fundação localizado na Rua Plínio Barreto, 365, em São Paulo. Para participar, basta se inscrever gratuitamente neste link.
Na ocasião, estarão presentes Ana Toni, Secretária Nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e de Mudança do Clima (MMA); Thiago Barral, Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento, do Ministério de Minas e Energia (MME); e Roberto Kishinami, Líder Especialista de Energia e Indústria do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Atualmente, o MMA lidera a elaboração do Plano Clima e o MME o desenvolvimento do Plano Nacional de Transição Energética (PLANTE). Já o iCS é uma organização filantrópica com longo histórico de apoio à ação climática brasileira.
Os convidados participarão de um painel de debates após a abertura do evento, que será realizada pela Diretora de Pesquisa e Inovação da FGV, Goret Paulo; a Diretora da FGV EESP, Lilian Furquim; a Coordenadora Executiva e Cofundadora do FGV Clima, Amanda Schutze; além da Coordenadora Científica e Cofundadora do FGV Clima, Clarissa Gandour.
Economia do Clima
Clarissa Gandour ressalta que apesar do tema estar em alta, com repercussão em diversos setores da sociedade, ainda há um vácuo importante nos debates sobre a crise climática: a Economia do Clima. De acordo com a pesquisadora, o novo Centro tem um escopo bem definido, além de métodos e linguagem direcionados para levar a economia ao centro desta discussão.
“Queremos levar a expertise técnica dos profissionais de Economia para fortalecer a ação climática brasileira e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do país. Acreditamos que a Economia pode fazer muito mais para contribuir com esse esforço coletivo” contextualizou Gandour. A cofundadora do Centro ainda ressalta que a Economia é uma disciplina muito abrangente e suas diferentes áreas podem contribuir de variadas formas para a agenda do clima.
“A crise climática levanta questões relevantes sobre política fiscal, finanças, saúde, emprego, dentre tantos outros temas. Por isso precisamos contar com colegas das áreas de macroeconomia, finanças, microeconomia, enfim, de todas as áreas das ciências econômicas”, afirmou.
Além da produção de conhecimento técnico, o FGV Clima também vai promover a comunicação ampla, efetiva e acessível do conhecimento com stakeholders estratégicos como órgãos do governo, empresas, instituições de pesquisa e sociedade civil. “É importante promover o diálogo entre economistas e especialistas de outras áreas que atuam para combater as consequências da crise, mas também consideramos ser nossa responsabilidade nos aproximarmos de diferentes segmentos da sociedade”, explicou.
Parceria com Governo Federal
Em seu primeiro projeto, o FGV Clima estabeleceu uma parceria com o Governo Federal para fornecer apoio técnico na elaboração do Plano Nacional de Transição Energética. Como parceiro estratégico da Secretaria Nacional de Transição Energética, o Centro apoiará o MME no desenho de uma transição energética efetiva e socialmente justa.
De acordo com Amanda Schutze, o Brasil tem uma oportunidade única de liderar a transição energética global, ao aproveitar seus recursos naturais abundantes para impulsionar um crescimento verde, que não apenas protege o clima, mas também gera desenvolvimento econômico sustentável e inclusão social.
“A economia pode ser uma poderosa aliada na transição energética justa, ao promover políticas públicas e incentivos que garantam que os benefícios da transição sejam compartilhados por toda a sociedade, especialmente pelos mais vulneráveis, criando um futuro mais equitativo e sustentável para o país”, declarou Schutze.