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Clima

Instituições alertam para redução de recursos em redes meteorológicas e hidrometeorológicas em meio às mudanças climáticas

Instituições alertam para redução de recursos em redes meteorológicas e hidrometeorológicas em meio às mudanças climáticas

Em uma carta aberta, importantes instituições governamentais brasileiras – como a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – expressaram grande preocupação com a contínua redução de recursos destinados às redes meteorológicas e hidrometeorológicas do país. Em um contexto de intensificação dos eventos climáticos extremos, a carta denuncia que a insuficiência de orçamento para manutenção, modernização e ampliação dessas redes representa um “grave descompasso” entre a relevância política atribuída às questões climáticas e a realidade do investimento público.

Com o Brasil enfrentando cada vez mais eventos extremos, como secas e inundações, os órgãos destacaram que o enfraquecimento das redes de monitoramento coloca em risco não apenas a segurança hídrica e alimentar, mas também o desenvolvimento econômico sustentável do país. “O esvaziamento da capacidade nacional de monitorar adequadamente o clima e a água vai contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”, afirma a carta.

Impactos na Agricultura e Economia

A redução de estações hidrometeorológicas, algumas com mais de 100 anos de operação, ameaça o planejamento agrícola e pecuário ao limitar informações cruciais para a previsão de geadas, monitoramento de seca e definição de períodos de plantio. Essas redes fornecem os dados necessários para modelos de previsão do tempo e para o monitoramento de variáveis essenciais que afetam culturas e garantem apoio a financiamentos e seguros agrícolas.

A carta também menciona os impactos sobre setores estratégicos, como a geração de energia elétrica, a logística, o saneamento básico e a saúde pública, enfatizando que somente com o monitoramento contínuo das variáveis climáticas é possível planejar ações de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.

O Alerta para o Futuro

As instituições alertam para a necessidade de reversão da atual trajetória de redução de orçamento e recursos humanos, sob pena de desativação de estações no próximo ano. Segundo o documento, a perda de séries históricas e registros climáticos essenciais compromete o entendimento de eventos extremos e a segurança de diversos setores produtivos e da população em geral.

As organizações destacam a urgência de investimentos para evitar que o país fique vulnerável diante das transformações climáticas, em um momento em que se intensificam as discussões sobre corte de gastos no Executivo e a definição do orçamento de 2025.