O fenômeno climático La Niña pode intensificar os desafios à segurança alimentar global, segundo alerta da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Com a previsão de ocorrer até março de 2025, o La Niña trará mudanças drásticas nos padrões de precipitação, gerando chuvas intensas em algumas regiões e secas severas em outras. Essa situação ocorre logo após um dos mais severos episódios de El Niño, que afetou mais de 60 milhões de pessoas entre 2023 e 2024.
A FAO destaca que o La Niña poderá exacerbar a insegurança alimentar, especialmente em regiões vulneráveis. Atualmente, cerca de 282 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda, e a expectativa é de que o fenômeno climático agrave ainda mais essa situação. Para mitigar os impactos, a FAO propõe um Plano de Ação e Resposta Antecipada, que inclui medidas preventivas e de resposta imediata.
O plano tem um custo estimado de US$ 318 milhões e pretende atender 10,5 milhões de pessoas em 39 países da Ásia, África e América Latina, oferecendo suporte como o fornecimento de sementes e insumos para a retomada da produção agrícola. Cada dólar investido pode gerar um retorno de US$ 7, ao evitar perdas e gerar benefícios adicionais.
A Organização Meteorológica Mundial (WMO) estima uma probabilidade de 60% de ocorrência de La Niña até fevereiro de 2025. No Brasil, historicamente, o La Niña causa secas no Centro-sul e aumento de chuvas no Centro-norte, além de ondas de calor e frentes frias no Sul. O país já enfrenta o sétimo período de onda de calor em 2024, intensificando a preocupação com queimadas, especialmente nas regiões Centro-oeste, Sudeste e Sul, devido ao bloqueio atmosférico que impede a formação de nuvens e dificulta a chegada de frentes frias.
Esses eventos ressaltam a urgência de medidas para mitigar os impactos climáticos, visando garantir a segurança alimentar e reduzir as perdas econômicas em áreas afetadas.
Fonte: Climatempo