A América do Sul, ainda sob os efeitos de neutralidade climática, deve começar a sentir a influência do fenômeno La Niña a partir de setembro, trazendo preocupações para os produtores rurais, especialmente no Paraná. As previsões indicam chuvas abaixo da média nas regiões Noroeste, Norte e Norte Pioneiro do Estado, enquanto as temperaturas devem ficar acima das médias históricas.
O Brasil Central enfrenta a pior seca desde 2010, com vários municípios sem registro de chuvas há mais de 100 dias. Essa estiagem não só atrapalha as atividades agrícolas, como também desencadeia focos de incêndio em diversas cidades.
Segundo Marcelo Seluchi, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a situação demanda acompanhamento contínuo. “Não é uma situação crítica, mas que requer certa preocupação ou pelo menos um acompanhamento por parte do produtor rural”, comenta Seluchi.
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O Paraná encontra-se em uma “área de transição”, situada entre as condições que prevalecerão na região Sul e no interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Enquanto a região Centro-Sul do Paraná deve apresentar um cenário climático mais neutro, a faixa Norte, que abrange as regiões Noroeste, Norte e Norte Pioneiro, enfrentará chuvas abaixo da média, aumentando a preocupação dos produtores, especialmente onde a seca já está estabelecida.
Seluchi destaca que a “seca meteorológica” no Norte do Paraná não tem previsão de reversão e que a distribuição irregular das chuvas durante o La Niña pode prejudicar ainda mais a agricultura local. Embora não haja previsão de ondas de calor prolongadas no curto prazo, as temperaturas devem permanecer dentro da média histórica.
No Mato Grosso, os efeitos da seca já são perceptíveis, com a semeadura da soja, prevista para iniciar em 7 de setembro, podendo sofrer atrasos devido às condições climáticas desfavoráveis.
