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Clima

Paraná intensifica ações interinstitucionais para prevenção de desastres naturais

Paraná intensifica ações interinstitucionais para prevenção de desastres naturais

Com o objetivo de mitigar os impactos de eventos climáticos extremos, como os que atingiram o Rio Grande do Sul no início de 2024, diversas instituições públicas e privadas do Paraná uniram esforços em um amplo programa de prevenção e planejamento estratégico. Entre os principais participantes estão a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Embrapa Florestas (PR), Defesa Civil, Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) e outras entidades estaduais e federais.

Estratégias baseadas em diagnósticos técnicos e experiências anteriores

A iniciativa busca identificar áreas de risco, antecipar eventos climáticos e criar protocolos eficientes de resposta emergencial. Gustavo Curcio, pesquisador da Embrapa Florestas, destaca que o Paraná compartilha características geológicas e pedológicas semelhantes às do Rio Grande do Sul, aumentando o risco de deslizamentos e inundações em casos de chuvas intensas. “Com nosso conhecimento sobre solos, vegetação e geologia, podemos apontar áreas de risco iminente e embasar as decisões da Defesa Civil do Paraná”, explicou Curcio.

Os dados estão sendo levantados por meio de projetos como o PronaSolos PR e a Ação Integrada de Solo e Água (AISA), que elaboram mapas detalhados de solos e vegetação. Essas informações serão integradas ao sistema GeoDC, ferramenta reconhecida nacionalmente pela precisão no gerenciamento de riscos e emergências.

GeoDC e a precisão nas respostas emergenciais

O chefe do Centro Estadual de Gerência de Riscos da Defesa Civil, Anderson Gomes das Neves, ressaltou a robustez do sistema GeoDC. A ferramenta reúne mapas de rodovias, rede hidrográfica e áreas propensas a eventos extremos, como alagamentos e estiagens. Os novos dados gerados pelos estudos da Embrapa e outros órgãos fortalecerão a base do sistema, permitindo decisões ainda mais assertivas. “O GeoDC é o sistema mais robusto do país e, com os dados da Embrapa, conseguiremos validar informações e aprimorar nossos protocolos de resposta”, afirmou.

Trabalho integrado e políticas públicas preventivas

A coordenação interinstitucional também busca desenvolver planos de contingência para áreas de risco, incluindo evacuações e soluções baseadas na natureza. Breno Menezes de Campos, da Seab, enfatizou a importância de planejamento integrado. “Evitar surpresas exige cooperação entre secretarias e instituições. Estamos trabalhando para ampliar a resiliência do estado e proteger as comunidades mais vulneráveis.”

Marcelo Francia Arco-Verde, chefe geral da Embrapa Florestas, destacou a importância das lições aprendidas com a tragédia no Rio Grande do Sul. Após o desastre, pesquisadores da Embrapa realizaram diagnósticos detalhados, cujos resultados agora subsidiam as estratégias do Paraná. “Reunindo diferentes entidades, podemos ser mais assertivos nas decisões e mobilizar recursos técnicos para evitar danos maiores e acelerar a recuperação de áreas afetadas”, afirmou.

Rumo à sustentabilidade e preparação para o futuro

A coordenadora da Casa Civil, Izabella Brito, reforçou o compromisso do Paraná com o desenvolvimento de estratégias sustentáveis. “A interação entre Defesa Civil, universidades, Embrapa e outras entidades fortalece a precisão das previsões e das ações de resposta, tornando o Paraná uma referência nacional em prevenção de desastres climáticos.”

A cooperação interinstitucional também busca criar cenários hipotéticos para antecipar eventos extremos e promover ajustes na infraestrutura e no uso do solo. “Precisamos de um planejamento que considere as vulnerabilidades climáticas e integre governos e a iniciativa privada. Somente assim evitaremos os impactos de tragédias futuras”, concluiu José Gustavo de Oliveira Franco, professor da PUC-PR.

Com a união de esforços e o apoio de ferramentas inovadoras como o GeoDC, o Paraná dá um passo significativo para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, consolidando-se como modelo de gestão de riscos e sustentabilidade no Brasil.