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A crise assusta (ll) - Por Joel Naegele

O desdobramento da crise do Euro é um assunto propenso a render oportunos comentários. Suas consequências, a cada dia que passam, assumem caráter mais dramático.

A crise assusta (ll) - Por Joel Naegele

O desdobramento da crise do Euro é um assunto propenso a render oportunos comentários. Suas consequências, a cada dia que passam, assumem caráter mais dramático. Na verdade, não se sabe até onde vai essa onda crescente de quebradeira nos países que, até então, eram considerados ricos. É possível que o tempo perdido pelo uso e abuso de seus governantes, tenha levado essas nações da elite europeia a uma situação tão crítica e impensável até poucos anos atrás.
                         
Da mesma forma que pessoas perdulárias e irresponsáveis imaginam a vida como uma grande festa, alguns governantes talvez tenham se achado poderosos demais, gastando somente aquilo que suas receitas permitiam. Como a vida não é uma festa para as pessoas, também não o é para as nações.
            

Como imaginar que os governos desses países possam ter cometido tantas sandices e estripulias, a ponto de dever valores que nem com muitos anos de economia conseguirão pagar? Onde estavam as pessoas que agora vão para as ruas e participam de quebra-quebras, provocando incêndios e destruindo o patrimônio alheio, e que antes não viam ou não se preocupavam com os gastos excessivos de seus governantes?
                       
O mais correto a supor é que, como o dinheiro rolava fácil, ninguém se importava com a sua origem. O negócio era gastar. Por isso, muitos hoje pagarão com seus empregos e irão perceber que suas economias pessoais vão virar fumaça.
                      
No entanto, outro aspecto merece reflexão: ao incluírem países na Zona do Euro, deixaram de lado a situação fiscal das nações, que foram inseridas nesse grande “balaio de gatos” – motivo de temor a nível global. E o pior de tudo é que os Estados Unidos ainda estão amargando o enorme mal estar gerado pela chamada “bolha imobiliária”, que provocou o grande desastre financeiro de 2008.
                     
O que mais se ouve no momento é que os países ditos “emergentes” poderão ajudar os ricos quase falidos. Não vejo como isso pode acontecer, a não ser que os “emergentes” também corram o risco de quebrar. Além disso, não há dúvida de que o reflexo de tudo que está acontecendo lá fora fatalmente chegará até nós.

Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, assessor de Indústria e Comércio da Prefeitura de Cantagalo e membro da Câmara Setorial de Agronegócio da Alerj