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Comentário Avícola

A pressão psicológica da avicultura - por Valmor Ceratto

A avicultura no Brasil destaca-se no complexo de proteína animal por ser considerada a mais dinâmica e tecnificada, e é uma das mais organizadas do mundo.

A pressão psicológica da avicultura - por Valmor Ceratto

A avicultura no Brasil destaca-se no complexo de proteína animal por ser considerada a mais dinâmica e tecnificada, e é uma das mais organizadas do mundo, destacando-se das demais criações pelos resultados alcançados não só em produtividade e volume de abate, como também no desempenho econômico, social, onde têm contribuído de forma significativa para a economia do Brasil. Ela não se limita a produção de carne de frango, mas sim num grande complexo que vai desde o planejamento, a produção de matrizes, ovos, produção de pintos, manejo e engorda do frango, até o processamento e comercialização dos produtos finais. Além disso, esta atividade tem dado suporte ao desenvolvimento de outros grandes setores produtivos, como por exemplo, a produção de rações e medicamentos, bem como máquinas e equipamentos para a produção e processamento da carne.
 
Para tudo isso tem um agravante a ser considerado dentro do nosso segmento, que é a mão de obra treinada, principalmente para as fazes da base da produção, que são: para as granjas de matrizes, granjas de frangos, incubatorios e principalmente para abatedouros. 
 

A pressão que o mercado exerce sobre o setor é muito grande para ser competitivo e até para sobrevivência. As empresas precisam baixar custos, produzir melhor e manter seus colaboradores motivados. Estes três fatores, juntos com as oscilações de mercado fazem com que os profissionais de nível médio, alto e empregadores viverem uma pressão psicológica jamais vista dentro do negocio aves.
 
Elem disso a expansão da avicultura nos leva a números gigantes, pressionando ainda mais a competição de vendas, de colaboradores e de especialistas na área. Tudo isso é bom, mas até onde isso será saudável para o ramo?
Sabemos que o Brasil será o grande produtor de proteínas para o mundo, por isso temos que repensar algumas ações que dizem respeito a esse stress maluco que vivemos no nosso negocio. Vamos certamente crescer mais, pois temos capacidade para isso, mas será que não chegou a hora de avaliarmos produtividade com base nas pessoas que fazem a avicultura na base? É desta camada de colaboradores que podemos buscar mais produtividade e assim melhorarmos nossos índices zootécnicos. A genética, a nutrição e a ambiência já evoluíram muito. Acredito que esta década, será, dentro da avicultura o período que vamos precisar evoluir com relação a mão de obra de base ou de chão de fabrica.

Temos uma fase muito importante dentro da avicultura que está se dando menos importância do que merece. É a faze da colheita, isto é o dia do carregamento para o abate. Ali se perde muito, todos sabem, mas pouco se faz para melhorar esta mão de obra. Fica uma alerta a todos, olhem para dentro desta atividade, pois nela podemos ganhar muito. Tanto empresa como produtor.

Com um país em desenvolvimento e com oferta de empregos que estamos tendo, certamente precisamos olhar com atenção para aqueles quase anônimos da avicultura, porem, muito importantes. Precisamos profissionalizar com escolas para tratadores, pois a tecnologia está aí. Criar produtores rurais que sejam empresários rurais, seja ele grande ou pequeno. Criar formas e bases de ensinamentos pra trabalhadores de abatedouros e incubatórios como forma de fixar esta mão de obra nas empresas. Valorizar na mídia estas atividades junto com cursos específicos de preparação para tal.

Desta forma, a meu ver, poderemos aliviar o stress do dia a dia na avicultura, melhorando o comprometimento e o conhecimento das bases de produção. E assim, melhores remunerações a todo o segmento de inicio a fim.

Valmor Ceratto é Técnico em Agropecuária, Bacharel em Administração, Pós Graduado em Avicultura, Pós MBA em Planejamento Estratégico, Avicultor e Gerente Geral de Produção do Grupo Alvorada (SP). [email protected]