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Comentário Avícola

Assistência técnica faz a diferenca em empresas avícolas - Por Valter Bampi

A presença do assistente técnico a campo é fundamental para a obtenção de melhores resultados tanto para os produtores quanto para as empresas do setor produtivo.

Um bom técnico de campo tem grande importância nos objetivos traçados pelas companhias avícolas. Época de calor, bem-estar e produtividade evidenciada por ganho de peso, conversão alimentar e viabilidade do frango, dependem de variáveis como peso pós-eclosão, nutrientes da dieta, qualidade da água e ambiência. No entanto, o desenvolvimento de pintainhos na primeira semana é relevante para o futuro do animal, pois processos fisiológicos influenciam o peso corporal e conversão alimentar no abate. Estas informações e muitas outras fazem de um assistente técnico na avicultura um fator fundamental na obtenção de resultados para produtores e empresas. A temperatura termoneutra para pintinhos na primeira semana de vida é de 33ºC e 37ºC e da ave adulta entre 21ºC e 28ºC. Temperatura acima de 37ºC induz à desidratação, reduzindo consumo de ração e atrasando crescimento. Já temperaturas abaixo da zona de conforto desencadeiam quadros hipotérmicos, induzindo a ascite. Um grande efeito de altas temperaturas e falta de bem-estar nos lotes de frango de corte é a redução no consumo alimentar, na tentativa de reduzir produção de calor interno ocasionada pelo consumo de energia presente na ração, aí esses conceitos na mão de um técnico de campo farão a diferença nas organizações.

No verão o alimento aumenta o metabolismo e o calor corporal, pois a digestão e a absorção de nutrientes geram energia e as aves passam a utilizar a gordura como fonte de energia, o que produz menor incremento calórico do que o metabolismo de proteínas e carboidratos presentes na ração. Isto reduz o consumo de ração e a ingestão de nutrientes, afetando a produtividade do lote, culminando na redução do ganho de peso e bem-estar das aves. O incremento na taxa respiratória das aves é um indicador de bem-estar, ligado ao meio físico externo onde as aves estão inseridas. Sendo maior a pressão de vapor no ambiente, maior será a dificuldade de liberação de calor por meios evaporativos. Ofego só é eficiente, como meio de liberação de calor latente, quando a umidade relativa ambiental se encontra em níveis relativamente menores que 70%. A umidade relativa tem importância no conforto térmico das aves, quando a temperatura ambiente atinge 25ºC. Alta umidade relativa, associada à temperatura alta, faz com que menos umidade seja removida das vias aéreas, tornando a respiração cada vez mais ofegante. A ave pode não ter capacidade suficiente para manter uma frequência respiratória alta o bastante para remover o excesso de calor interno, causando hipertermia, seguida de prostração e morte.

Queda de bem-estar – Altas amplitudes térmicas influenciam na queda do bem-estar, piorando conversão alimentar em aves adultas (temperaturas variando ciclicamente de 24ºC a 35ºC), comparadas com clima estável de 21ºC. O fato de as instalações avícolas brasileiras possuírem um baixo isolamento térmico, principalmente na cobertura, e a ventilação natural ser o meio mais utilizado nos avicultores na redução de altas temperaturas, faz com que as condições ambientais internas se mantenham sensíveis às variações diárias na temperatura externa, favorecendo ocorrência de altas amplitudes térmicas diárias. Ação direta do calor de radiação solar sobre a superfície terrestre ocasiona o aquecimento do ar por convecção. A temperatura ambiente de um abrigo depende de seu balanço energético, que é função do calor incidente de radiação solar, do coeficiente de absorção, da condutividade e da capacidade térmica da superfície receptora. As três maiores fontes de calor numa instalação avícola são: radiação solar, calor produzido pelos animais e radiação emitida nos arredores.

O calor de radiação solar direta representa 75% do total na instalação. Em horas mais quentes do dia, possui um fluxo de calor cinco vezes maior que o calor gerado internamente e todas essas informações e/ou conceitos, bem conduzidos por um orientador técnico, faz a diferença em se tratando de verão, mas, também, no inverno e em tantas outras situações envolvendo produtor rural e empresas integradoras. Definir profissionais a assistência técnica com perfil e preparação adequada exige treinamento, reconhecimento constante da família do integrado e da empresa, estímulo à autogestão do processo pelo integrado, com metas claras e planilhas de custo simples e objetivas, para que ele saiba claramente quando pode ganhar ou perder, dependendo das suas ações, com realização de treinamentos mais objetivos, premiando melhores práticas, promovendo dia de campo em propriedades exemplos e acompanhando indicadores relacionados à atividade como peso, conversão alimentar, viabilidade, custo de frango vivo, qualidade de matéria-prima na indústria, entre outros.

Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola