Causa-nos estranheza a forma irresponsável como alguns assuntos do agronegócio e do meio ambiente são tratados no Brasil. Há muita desinformação, emotividade, interesses e, em alguns casos, má-fé.
Nas questões ambientais, os alarmistas de plantão fazem previsões catastróficas sem base científica. E os ingênuos divulgam inverdades, motivados por um ideal conservacionista, sem qualquer reflexão sobre as teses que defendem com paixão extremada.
Por outro lado, alguns classificam a agropecuária como algo inferior. Talvez desconheçam que o agronegócio brasileiro é um setor moderno, eficiente e competitivo. Além de produzir alimentos em quantidade, qualidade e preço para sua população, vem respondendo ao desafio de atender às necessidades de alimentação do mundo.
Os resultados de nossa balança comercial são inequívocos. Em 2011, o agronegócio exportou mais de 94 bilhões de dólares, gerando um superávit superior a 77 bilhões de dólares. É difícil imaginar o que seria de nossa economia se não fosse esse vigoroso desempenho.
No ano passado, exportamos 25 bilhões de dólares do complexo soja; 15 bilhões de dólares de carnes; mais 15 bilhões em açúcar, nove bilhões de papel, celulose e madeira e oito bilhões de dólares em café.
Há também aqueles que procuram denegrir a imagem dos produtores rurais – que interiorizaram o desenvolvimento brasileiro – com a pecha de “desmatadores”. Estes desavisados certamente desconhecem as diferenças entre desmatamento predatório e terra cultivada.
Na verdade, a esmagadora maioria dos cinco milhões de produtores rurais brasileiros tem consciência da necessidade de preservação ambiental. Ninguém preza mais os recursos naturais do que os agricultores. Eles sabem que a deterioração de suas terras significa perda da capacidade produtiva e, consequentemente, do patrimônio.
O caso da reforma do Código Florestal é emblemático, onde o bom senso tem prevalecido. Tudo indica que o novo código manterá um saudável equilíbrio entre a preservação ambiental e a produção rural. Proporcionará a recuperação das áreas degradadas e incentivará a economia verde.
Agora, nosso desafio é buscar maior agregação de valor nas cadeias produtivas do agronegócio e lidar com o mercado externo de forma mais eficiente, no que tange à logística exportadora e ao marketing internacional. Precisamos produzir e exportar, cada vez mais, com um nível maior de industrialização.
Somos uma nação que precisa crescer, gerar emprego e garantir boas condições de vida à sua população. As oportunidades são claras e devemos aproveitá-las. O Brasil pode e deve tornar-se o maior produtor de alimentos e biocombustíveis do mundo, respeitando o meio ambiente e sua biodiversidade.
Por Antonio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA)