Os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) têm na Rússia a estrela mais política do que econômica. A China, com seu protagonismo, é destinada a ser, por volta de 2050, o mais brilhante astro com luz própria do mundo. A Índia acelerou seu crescimento e tem papel estratégico natural – esses dois últimos países somam mais de 1/3 da população do planeta. O Brasil, apoiado em instituições e políticas razoáveis, ajudado pela rápida expansão mundial entre 2003-2008, transformou-se de país devedor em credor, com reservas de US$ 240 bilhões, aproveitando as condições de estabilidade produzida pelo Plano Real.
No segundo mandato de Lula, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) reacendeu o empresariado brasileiro, combinando programas sociais bem-sucedidos e criando um robusto mercado interno e boas perspectivas de crescimento. Em abril, o Bric em Brasília formulou políticas à consolidação dos seus crescimentos e cooperação com desenvolvimento mais harmônico de toda a economia mundial. A China é, hoje, o mais importante parceiro do Brasil no comércio internacional de produtos agrícolas e minerais e, também, nosso mais temível concorrente nos mercados de produtos industrializados na América Latina.
A conferência dos Bric é útil para alguns contenciosos, como por exemplo: por que a China insiste em manter uma taxa de câmbio subdesvalorizada e usa subsídios implícitos, que prejudicam alguns setores da indústria brasileira? Este é o momento para fazer uma reflexão sobre a posição do Brasil nos Bric e tentar entender para onde vamos.
Recentemente o Brasil e integrantes da Rússia, Índia e China acordaram um sistema de informações conjunto de gerenciamento de dados sobre a produção, consumo, volume de estoques de grãos nos quatro países, objetivando a planejar estoques de cada um, trazendo segurança alimentar à população. As quatro nações estão entre as sete maiores produtoras de grãos do mundo, o Brasil ocupa a sétima posição. Juntas, produzem 40% do trigo, metade da carne suína e um terço das carnes de frango e bovina consumidas pelo mundo. Cerca de 42% da população mundial vivem nos Bric, com centenas de milhões de pessoas em situação vulnerável, altamente dependentes do governo.
Estão sendo discutidos nessas reuniões outros possíveis acordos bilaterais – a Rússia gostaria de exportar trigo para o Brasil e as negociações indicavam a possibilidade da oleaginosa russa ter sua entrada facilitada no País em troca de uma cota maior as importações de carne brasileira, que atualmente são limitadas. O Brasil será a quinta economia mundial em 2013, ultrapassando gigantes como Alemanha, Reino Unido e França e ha prognósticos de que até 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do grupo dos sete maiores emergentes – chamado E-7 – China, Índia, Brasil, Rússia, México, Indonésia e Turquia – serão maior do G-7. Cinco das 10 maiores economias, até 2030, serão países tidos como emergentes. A previsão considera o ritmo de crescimento e valorização de moedas de cada país em perspectivas de médio e longo prazo, E-7 e G-7 terão pesos equivalentes em 2019.
A diferença de riquezas vem caindo – em 2000, o PIB dos sete países mais ricos do mundo era o dobro dos países hoje considerados emergentes – este ano deve sofrer sua maior redução: 35%. Após a ultrapassagem, a distância seguirá aumentando: em 2030, o E-7 será 30% mais rico que Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália (G-7). Em 2030 projeções sugerem que o top 10 global do ranking de PIB terá a liderança da China, seguida dos Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Reino Unido. As 10 maiores economias serão China, Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Reino Unido. A China, que ultrapassa os EUA, a Índia, superara o Japão, Brasil deixara para trás os gigantes europeus e a economia indiana crescerá mais rápido que a chinesa na década de 20. A influência do E-7 é enorme e a análise mostra que a questão não é se o E-7 ultrapassará o G-7, mas quando, mudanças econômicas resultam em uma nova geopolítica, O G-7 foi expandido para G-20 como para decisões de economia global. O Brasil terá o crescimento e exposição internacional com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a Rússia tem superpoderes na área de energia e a Índia, pelo seu crescimento demográfico, crescera mais que a China, que superará os Estados Unidos em 2027.
E a Avicultura do Bric como anda? Em termos de economia, a China ocupa a terceira colocação mundial – PIB de U$ 4.902.98 bilhões em 2009 – o Brasil a oitava economia –U$ 1.531.51 – e a Índia e a China com a décima primeira e segunda posições, respectivamente – U$ 1.284.82 e 1.229.15 bilhões -, isso já dá uma dimensão do valor desses paises no cenário internacional, tendo o a China superado os EUA como principal parceiro comercial com o Brasil. Na Avicultura a China e o Brasil estão na segunda e terceira posição em produção respectivamente, sendo o Brasil um grandes exportador e a China um grande importador e exportador. A Rússia se coloca como grande importador e com vontade política de começar a produzir e a Índia, como a China, com populações enormes favorecerão o consumo de frangos nos próximos anos substancialmente. Uma comparação de consumos coloca o Brasil num patamar de quase 40 kg percapita de frangos enquanto a China consome na faixa de 10 kg por habitante, dando uma idéia do potencial a ser perseguido pelo mercado avícola nos próximos anos, sendo 2010 incrementara em 20% o consumo mundial de proteína animal e os países asiáticos, especialmente China e Índia, responderão por cerca de 65% do aumento do consumo de carnes no mundo nos próximos anos, porem espera-se que a crise na Europa não altere esse cenário e integrantes do Ministério Brasileiro intensificam negociação com a Rússia com boa perspectiva de aumento de consumo do frango naquele pais em razão de restrições ao produto americano.
Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola