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Comentário Avícola

Consumo da carne de frango é saudável e seguro - por Jairo Arenázio

A carne de frango já é a segunda mais consumida no mundo, atrás somente da carne suína.

Gerente-geral da Cobb Vantress Brasil
Gerente-geral da Cobb Vantress Brasil

Muito se sabe e se fala sobre as qualidades da carne de frango. É incontestável que suas propriedades organolépticas (sabor, odor, textura e cor) são à base de suporte para seu crescente consumo per capita em todos os continentes.

A carne de frango já é a segunda mais consumida no mundo, atrás somente da carne suína, que se beneficia mundialmente pelo alto consumo no leste europeu e alguns países da Ásia, principalmente China, segundo dados do setor. Todas as tendências e análises de mercado demonstram que entre 2025 e 2030, a carne de frango, pelo crescimento em aceitação e consumo que vem registrando nos últimos 20 anos, será a carne mais consumida no mundo.

Apesar disso, ainda há um grande mito que ronda o consumo da carne de frango, o hormônio. E desmistificá-lo é garantir ao consumidor que o que ele consome é saudável, rico em vitaminas e proteínas e com menor proporção de gorduras.

Diversos estudos científicos garantem a impossibilidade do uso do hormônio na criação de frango. As principais razões que impedem que as criações recebam hormônios sejam para garantir a saúde das aves, seja para garantir o crescimento acelerado, são as seguintes.

A primeira é o fato de o hormônio ser uma proteína e, por ser assim, não pode ser administrado por via oral. Isso porque sofreria o ataque das enzimas do trato digestivo das aves e perderia sua função hormonal. Além disso, como a criação industrial de aves se dá em lotes de grandes quantidades, seria fisicamente impossível aplicar por via injetável qualquer tipo de substância nas aves. Assim, cai por terra o mito de que a ração dos frangos contém hormônios.

A segunda razão refere-se ao tempo necessário para o hormônio fazer efeito. Qualquer substância com ação hormonal demanda de 60 a 90 dias para atuar no organismo dos animais. No Brasil, é prática na avicultura industrial abater as aves entre 42 e 50 dias de idade. Ou seja, mais um motivo que torna inviável a utilização de hormônio na criação de frangos.

Desmistificada a questão do hormônio, é importante ressaltar outras vantagens da carne de frango, como a universalidade e acessibilidade (mais de 304 países registram a produção de carne de frango, comparado com 90 de carne suína e 202 de carne bovina), a ausência de restrições religiosas ao consumo, a variedade na apresentação de produtos e a versatilidade de preparo.

Outro aspecto positivo é em relação ao consumo. Não há limitação à carne de frango, principalmente quando nos referimos ao peito do frango, que é uma das carnes com menor índice de gorduras saturadas (um dos dois tipos de gordura que aparecem nos alimentos. O consumo de gorduras saturadas aumenta a produção das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) – isso é o “mau” colesterol).

Carne de frango é, inclusive, uma recomendação médica para doentes convalescentes (pacientes em recuperação médica) por possuir baixo teor de gorduras, ser de fácil absorção, ter textura e fibras musculares suaves favorecendo a absorção pelo nosso trato digestivo.

Portanto, é correto afirmar que consumir a carne de frango é saudável, versátil por combinar com vários outros alimentos, além de uma excelente fonte de proteínas e vitaminas do complexo B, que são essenciais para o funcionamento do metabolismo celular, sistema nervoso, gastrointestinal e cardiorrespiratório.

* Jairo Arenázio é diretor geral da Cobb-Vantress do Brasil, empresa líder mundial no fornecimento de aves de reprodutoras para frangos de corte e em especialização técnica no setor avícola.